Ex-presidente permanece em prisão domiciliar e passa por procedimentos médicos no hospital DF Star, após apresentar crises de soluços e falta de ar
Autorização do Supremo e deslocamento ao hospital
O ex-presidente Jair Bolsonaro chegou na manhã deste sábado (16) ao hospital DF Star, em Brasília, para a realização de uma série de exames clínicos. A ida foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por determinar a prisão domiciliar preventiva do ex-mandatário na semana passada, sob a justificativa de “reiterado descumprimento de medidas cautelares”.
Entre as restrições impostas, estava a proibição do uso de redes sociais, seja de forma direta ou por intermédio de terceiros.
Procedimentos médicos previstos
Segundo a defesa de Bolsonaro, o corpo médico solicitou nove procedimentos, incluindo coleta de sangue e urina, endoscopia e ultrassonografia da próstata. O tempo estimado para a conclusão dos exames varia entre seis e oito horas.
“A solicitação decorre do seguimento de tratamento medicamentoso em curso, da necessidade de reavaliação dos sintomas de refluxo e soluços refratários, bem como da verificação das condições atuais de saúde”, informou a defesa em nota ao STF.
Sintomas recorrentes e histórico clínico
De acordo com aliados e familiares, Bolsonaro voltou a apresentar episódios de soluços persistentes e falta de ar nos últimos dias, sintomas atribuídos a uma esofagite resultante de procedimento cirúrgico realizado no abdômen em abril.
Um dos médicos relatou que, na última quarta-feira, o ex-presidente apresentou dificuldade para completar frases devido à dispneia. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-mandatário, afirmou que houve piora no quadro clínico.
“Estive com ele na quarta, quando estava com soluço e dificuldades na fala. A frequência dessas crises, que aumentou depois da prisão domiciliar, fez com que os médicos pedissem uma nova bateria de exames clínicos”, declarou o parlamentar.
Visitas políticas e familiares
Nos últimos dias, Bolsonaro recebeu visitas de aliados próximos, entre eles os deputados Junio Amaral, Luciano Zucco e Marcelo Moraes, além do empresário Renato Araújo e da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão.
Apesar dos problemas de saúde, relatos apontam melhora no humor do ex-presidente. Na semana anterior, ele teria apresentado oscilações emocionais e chegou a chorar ao comentar a impossibilidade de manter contato com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho 03, que permanece nos Estados Unidos desde fevereiro. Investigado pela Polícia Federal, Eduardo está proibido de se comunicar com o pai e teme ter o passaporte retido caso retorne ao Brasil.
Nesse contexto, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro tem desempenhado papel cada vez mais central como interlocutora junto às lideranças do PL. À frente do PL Mulher, ela mantém presença diária na sede do partido, transmitindo orientações e recebendo demandas de dirigentes.
Agenda com dirigentes do PL
Na próxima semana, Bolsonaro deve receber novas visitas de lideranças do PL. O ministro Alexandre de Moraes autorizou a entrada do presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, do vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), e do secretário-geral do partido, senador Rogério Marinho (PL-RN).