A cantora Madonna voltou a atrair atenção mundial ao direcionar, desta vez, um apelo humanitário ao Vaticano.
Em mensagem publicada no Instagram nesta segunda-feira (11), no aniversário de seu filho Rocco, a artista solicitou que o Papa Leão XIV visite a Faixa de Gaza para “levar luz às crianças antes que seja tarde demais”.
Madonna, que já foi excomungada três vezes desde 1989 por declarações e performances que desagradaram à Igreja Católica, justificou o pedido com base em seu papel de mãe. “Santíssimo Padre. Por favor, vá a Gaza e leve sua luz às crianças antes que seja tarde demais. Como mãe, não suporto ver o sofrimento delas. As crianças do mundo pertencem a todos. O Senhor é o único de nós a quem não se pode negar a entrada”, escreveu.
“A política não pode mudar nada, mas a consciência pode”
Criada na fé católica romana, Madonna afirmou não acreditar que soluções políticas sejam capazes de resolver o conflito na região. “A política não pode mudar nada, mas a consciência pode”, declarou.
A cantora acrescentou que o melhor presente para o filho naquele dia seria “pedir a todos que façam o que puderem para ajudar a salvar as crianças inocentes atingidas pelo fogo cruzado em Gaza”.
Na mesma publicação, destacou não ter intenção de “apontar dedos, colocar culpas ou tomar partido”, ressaltando que “todos estão sofrendo. Inclusive as mães dos reféns. Rezo para que elas também sejam libertadas”.
Abertura de “portões humanitários”
Além do apelo simbólico, Madonna defendeu uma medida concreta para auxiliar a população local. “Os portões humanitários precisam ser totalmente abertos para salvar crianças inocentes. Não há mais tempo. Por favor, diga que você irá”, escreveu, dirigindo-se diretamente ao pontífice.
A manifestação da artista foi amplamente repercutida nas redes sociais, reabrindo o debate sobre o papel da Igreja Católica em questões humanitárias globais e o potencial de figuras públicas influenciar a mobilização internacional.
Histórico de tensão com o Vaticano
Embora seu apelo mais recente tenha sido conciliador, Madonna mantém um histórico de confrontos com a Igreja Católica. A primeira excomunhão ocorreu em 1989, após o lançamento do videoclipe “Like a Prayer”, no qual beijava um ator negro representando Jesus e aparecia diante de cruzes em chamas, em crítica ao grupo racista Ku Klux Klan.
A segunda ocorreu em 1990, durante a turnê “Blond Ambition”, quando simulou masturbação e exorcismo no palco, chegando a cantar sobre um altar. À época, o Papa João Paulo II pediu boicote aos shows na Itália, classificando o espetáculo como “circo do diabo”.
A terceira excomunhão foi decretada em 2006, sob o pontificado de Bento XVI, durante a “Confessions Tour”, na qual Madonna se apresentou suspensa em uma cruz espelhada, usando coroa de espinhos, enquanto eram exibidas imagens de crianças famintas na África.
Em 2022, a artista enviou mensagem ao Papa Francisco solicitando um encontro e afirmando ser “uma boa católica”, questionando se as excomunhões recebidas eram justificadas.