Reunião deve ocorrer em meio à tensão na Ucrânia e após diálogo classificado como “muito produtivo” por Trump
O Kremlin confirmou que um encontro entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está planejado para os próximos dias. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (6) pela agência russa IFAX, com base em declarações do assessor do Kremlin, Yuri Ushakov.
De acordo com Ushakov, representantes dos dois países estão ajustando os últimos detalhes do encontro, incluindo a definição do local, que já teria sido acordado, mas será anunciado em momento oportuno.
“Por sugestão da parte americana, foi acordado, em princípio, realizar uma cimeira bilateral nos próximos dias, ou seja, uma reunião entre o presidente Vladimir Putin e Donald Trump”, afirmou o assessor.
Segundo a emissora britânica Sky News, a reunião pode acontecer já na próxima semana, embora ainda não haja confirmação oficial sobre a data exata. Caso ocorra, este será o primeiro encontro presencial entre Trump e Putin desde o início do segundo mandato do republicano na presidência dos EUA.
Enviado dos EUA teve reunião prévia com Putin
O avanço para o encontro direto entre os líderes foi impulsionado por uma reunião prévia entre Putin e o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, realizada nesta quarta-feira (6). O encontro ocorreu às vésperas do prazo final estabelecido por Trump para que Moscou interrompa as ações militares na Ucrânia.
Após a reunião, o presidente norte-americano classificou o diálogo como positivo. “Witkoff acabou de ter uma reunião muito produtiva com Putin. Foram feitos grandes progressos! Depois, informei alguns dos nossos aliados europeus sobre os detalhes. Todos concordamos que esta guerra deve terminar e trabalharemos para alcançar esse objetivo nos próximos dias e semanas”, declarou Trump.
Russos sugerem possível cúpula com Ucrânia
Após o encontro entre Witkoff e Putin, surgiu a possibilidade de uma cúpula trilateral envolvendo Trump, Putin e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. A proposta teria partido da diplomacia russa, segundo informou Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca.
Ela acrescentou que Trump estaria disposto a participar da reunião já na próxima semana, desde que haja sinalizações favoráveis por parte de Kiev e Moscou.
Zelensky condiciona reunião a cessar-fogo russo
Apesar da disposição norte-americana e russa para avançar com a proposta de um acordo de paz, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky impôs condições para a realização do encontro. Em declaração nesta quinta-feira (7), Zelensky enfatizou a necessidade de um cessar-fogo como pré-requisito.
“As prioridades são absolutamente claras. Primeiro, parar os assassinatos, e é a Rússia que deve aceitar o cessar-fogo. Segundo, um formato de líderes, para que a reunião possa levar a uma paz verdadeiramente duradoura”, afirmou o líder ucraniano.
O cenário ainda é incerto, mas os movimentos diplomáticos recentes indicam um esforço renovado para encerrar o conflito iniciado com a invasão russa à Ucrânia em fevereiro de 2022.