Nova composição do combustível comum eleva teor de etanol para 30% e pode afetar veículos importados e antigos
Combustível mais limpo e potente
Entrou em vigor nesta semana a nova formulação da gasolina comercializada em território nacional. Batizada de E30, a mistura passa a conter 30% de etanol anidro — antes, o percentual era de 27%. A medida, adotada pelo governo federal, visa reduzir a emissão de poluentes, diminuir a dependência de derivados do petróleo e elevar a octanagem do combustível, que agora atinge 94 RON (Research Octane Number), contra os 93 da versão anterior.
Alerta para veículos sensíveis à nova mistura
Apesar dos benefícios ambientais e técnicos, especialistas alertam para possíveis impactos em determinados modelos de automóveis. Veículos importados, esportivos de alto desempenho e carros fabricados antes dos anos 1980 podem apresentar incompatibilidade com o novo teor de etanol. A maior concentração do combustível vegetal pode comprometer o funcionamento de sistemas de alimentação e provocar desgaste prematuro de componentes.
O que muda com a gasolina E30
A alteração na composição afeta tanto a gasolina comum quanto a aditivada. O acréscimo de 3% de etanol anidro — substância sem adição de água — representa um avanço técnico, mas exige atenção dos consumidores. Embora os veículos flex não necessitem de adaptações, é possível que motoristas percebam aumento no consumo, já que o etanol possui rendimento energético cerca de 30% inferior ao da gasolina.
Testes e limitações
A nova fórmula foi submetida a testes conduzidos pelo Instituto Mauá de Tecnologia, abrangendo modelos fabricados entre 1994 e 2024. A maioria dos veículos avaliados possuía injeção eletrônica, tecnologia que já previa o uso de etanol em proporções crescentes desde os anos 1980. Um único modelo com carburador foi testado, mas os detalhes não foram divulgados.
Importados e clássicos exigem cuidado
Proprietários de automóveis importados devem redobrar a atenção. Muitos desses veículos foram apenas adaptados para o padrão brasileiro de combustível, mas não projetados para operar com altos teores de etanol. Recomenda-se evitar longos períodos com o tanque cheio, o que pode acelerar processos de corrosão e desgaste interno. Nestes casos, a gasolina premium — que contém entre 22% e 25% de etanol e custa cerca de 20% a mais — é a alternativa mais segura.
Carros antigos e riscos mecânicos
Modelos fabricados antes da década de 1980, quando a gasolina ainda era isenta de etanol, são especialmente vulneráveis. A nova mistura pode comprometer o funcionamento de carburadores, injetores e sistemas de admissão. Para esses veículos, especialistas sugerem abastecimento com gasolina premium ou apenas a quantidade necessária para uso imediato, evitando deixar o combustível armazenado no tanque por longos períodos.
