Ex-presidente é alvo de busca e apreensão e terá de usar tornozeleira eletrônica
A Polícia Federal realizou, na manhã desta sexta-feira (18), diligências autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na residência do ex-chefe do Executivo, em Brasília, e em endereços vinculados ao Partido Liberal, legenda à qual ele é filiado.
Além das buscas, o STF determinou medidas cautelares diversas da prisão. Bolsonaro deverá utilizar tornozeleira eletrônica e está proibido de acessar redes sociais.
PGR pede condenação por tentativa de golpe
A operação ocorre dias após a Procuradoria-Geral da República solicitar ao STF a condenação de Bolsonaro e outros sete ex-integrantes de seu governo por suposta articulação de um golpe de Estado. A Corte abriu prazo de 15 dias para que as defesas dos acusados apresentem suas manifestações. A etapa antecede o julgamento pela Primeira Turma do Supremo.
Reações de aliados: críticas à operação
Parlamentares aliados ao ex-presidente reagiram com críticas à ação da Polícia Federal. O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara, classificou a medida como censura. “Não há crime, não há condenação, não há prova. Isso não é justiça. É censura. É a tentativa desesperada de calar quem ainda representa milhões. Enquanto corruptos são soltos, um ex-presidente é vigiado como bandido”, afirmou.
Carlos Jordy (PL-RJ), também deputado federal, chamou a operação de “perseguição implacável”. “Um dia após a publicação da carta de Trump, eis que dobram a aposta. O STF determina mais uma busca e apreensão em Bolsonaro e medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica e proibição de conversar com diplomatas”, declarou.
Oposição apoia medidas judiciais
Representantes da oposição se manifestaram em apoio às ações judiciais. Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, considerou a tornozeleira uma medida necessária. “É uma medida fundamental para impedir que ele [Bolsonaro] fuja do Brasil”, disse.
Guilherme Boulos (PSol-SP) celebrou a operação em tom provocativo. “A hora da verdade está chegando. Tic, tac”, escreveu em rede social.