Ex-presidente contesta acusação e afirma ser vítima de injustiça
Durante entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (17), no Senado Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a se posicionar contra o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que defende sua condenação por envolvimento em suposta tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro classificou a medida como “injusta” e questionou publicamente: “Qual o crime eu cometi? Se eu for condenado, será uma injustiça”.
Segundo ele, a hipótese de prisão está fora de cogitação: “Não passa pela minha cabeça ser preso”, assegurou. A declaração ocorreu diante de jornalistas e parlamentares aliados, reunidos em evento convocado às pressas em Brasília.
Parecer da PGR intensifica acusações no STF
A manifestação da PGR foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última segunda-feira (14) e sustenta o pedido de condenação com base em três acusações principais: tentativa de golpe, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e envolvimento em organização criminosa.
“É um absurdo falar em tentativa de golpe”, criticou Bolsonaro. Ao comentar o documento assinado por Paulo Gonet, procurador-geral da República, o ex-presidente acrescentou: “Vou enfrentar o julgamento, não tem outra alternativa. Mas lamento a peça do Paulo Gonet, que se presta a fazer um documento desse, indo além da Polícia Federal”.
Deputado Eduardo Bolsonaro pode perder o mandato
Na mesma ocasião, Bolsonaro abordou a situação de seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente se encontra nos Estados Unidos. O ex-presidente alegou que o retorno de Eduardo ao Brasil poderia resultar em prisão imediata.
“Se Eduardo vier pra cá, ele está preso no aeroporto”, afirmou. Eduardo se licenciou do mandato alegando perseguição e tem prazo até domingo (20) para regressar ao país. Caso contrário, poderá perder o mandato por ausência prolongada, conforme prevê o regimento interno da Câmara dos Deputados.
Implicações políticas e judiciais
O ex-presidente, que permanece inelegível até 2030 por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), poderá enfrentar pena superior a 40 anos de prisão, caso seja condenado em todas as frentes judiciais movidas contra ele. A coletiva atraiu atenção de parlamentares próximos ao ex-presidente, reforçando o apoio político em meio à intensificação das investigações.