Notícia-crime apresentada à PGR aponta suposto lobby do deputado junto ao governo dos EUA
O Partido Socialismo e Liberdade (PSol) apresentou, na quinta-feira (10/7), uma notícia-crime à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A sigla solicita sua prisão sob a acusação de atentado contra a soberania nacional.
Segundo o partido, o parlamentar teria agido deliberadamente para prejudicar as instituições brasileiras por meio de articulações com o governo dos Estados Unidos.
“Com seu lobby sistemático contra o Brasil, que envolve uma série de ações anti-diplomáticas e que culminou com a declaração de guerra tarifária de Donald Trump contra o país, com alíquota de 50%, em tese, a partir de 1º de agosto”, afirma o PSol na ação.
PSol associa atuação internacional ao 8 de janeiro
O documento apresentado à PGR relaciona a suposta atuação da família Bolsonaro nos EUA a uma continuação dos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. De acordo com o partido, após não conseguirem derrubar o governo eleito por meios violentos, integrantes da extrema-direita teriam buscado aliados estrangeiros para impor pressões econômicas sobre o país.
“É inaceitável que um parlamentar fuja do Brasil para conspirar contra o próprio país e articule medidas que prejudicam a economia nacional. Ao menos a hipocrisia dos autointitulados patriotas que batem continência para a bandeira dos EUA ficou escancarada”, declarou Paula Coradi, presidente nacional do PSol e signatária do pedido.
PT reforça pedido de cassação de mandato
Em complemento à iniciativa do PSol, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido na Câmara, protocolou aditamento ao pedido de cassação de Eduardo Bolsonaro, já existente no Conselho de Ética da Casa.
“Patriota de verdade não usa boné de Trump, patriota de verdade está preocupado com os interesses do Brasil. Um deputado conspirando contra o Brasil é inadmissível, uma vergonha”, afirmou Farias.
Jair Bolsonaro reage à medida tarifária de Trump
Em nota divulgada na mesma data, o ex-presidente Jair Bolsonaro manifestou “senso de responsabilidade” diante da carta enviada por Donald Trump ao governo brasileiro, comunicando a elevação das tarifas de importação sobre produtos brasileiros.
“A medida é resultado direto do afastamento do Brasil dos seus compromissos históricos com a liberdade, o Estado de Direito e os valores que sempre sustentaram nossa relação com o mundo livre. Isso jamais teria acontecido sob o meu governo”, escreveu Bolsonaro.
O ex-presidente classificou o momento como uma “caça às bruxas” e afirmou que o país caminha rumo ao “isolamento e à vergonha internacional”. Em sua visão, é preciso recuperar a “normalidade institucional” por meio de ação imediata dos poderes da República.
“O alerta foi dado, e não há mais espaço para omissões. Ainda é possível salvar o Brasil.”
Eduardo Bolsonaro faz críticas ao STF e menciona Lei Magnitsky
O deputado licenciado respondeu às acusações com ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, cobrando a inclusão do ex-presidente Trump no inquérito das fake news.
“Alexandre de Moraes não é macho, é um frouxo. Ele está com medo e sem dormir, porque ele sabe que daqui a pouco vai vir a Lei Magnitsky. Se vocês querem resolver o problema, ajam rápido, façam a anistia ampla, geral e irrestrita”, disse. (Fonte: Correio Braziliense)