A histórica decisão marca um legado dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, com áreas reservadas para nadadores e medidas de segurança
A volta da natação ao Sena: uma conquista para Paris e para os Jogos Olímpicos
Após um século de proibição, o rio Sena, ícone da capital francesa, foi reaberto ao público para natação. A medida histórica, que pode parecer surpreendente, é um reflexo das melhorias significativas feitas no sistema de tratamento de águas do rio, com destaque para o legado deixado pelos Jogos Olímpicos de Paris 2024, cujas competições de natação em águas abertas e triatlo aconteceram em suas águas.
Uma nova era para o Sena: as mudanças que viabilizaram a reabertura
A decisão de permitir a natação no Sena é fruto de anos de investimentos e esforços na revitalização ambiental do rio. Em 1988, o então prefeito de Paris, Jacques Chirac, já havia defendido a reversão da proibição, mas foi apenas nas últimas duas décadas que as ações de limpeza e controle de poluição trouxeram resultados concretos. O investimento de € 1,4 bilhão (cerca de R$ 8,9 bilhões) no tratamento das águas foi crucial para permitir que o Sena cumprisse as exigências de qualidade, oferecendo condições seguras para os nadadores.
Áreas especiais para natação e infraestrutura de apoio
O Sena agora conta com três áreas exclusivas para natação pública, localizadas em pontos estratégicos de Paris: nas proximidades da Torre Eiffel, da Catedral de Notre-Dame e no leste da cidade. Cada zona foi equipada com vestiários, chuveiros e estruturas no estilo de praia, projetadas para receber até 300 pessoas. A iniciativa, que estará disponível até o final de agosto, permite que qualquer pessoa acima de 10 ou 14 anos (dependendo da área) possa aproveitar as águas do Sena, desde que em horários programados e sob a supervisão de salva-vidas.
A importância da reabertura para os parisienses e para o legado olímpico
A reabertura do Sena para a natação representa mais do que uma simples medida de lazer para os parisienses. Ela simboliza o esforço contínuo de Paris em melhorar sua infraestrutura e sua imagem diante do mundo, principalmente após a realização dos Jogos Olímpicos de 2024. O evento, que trouxe grande visibilidade para a cidade, exigiu que a água do Sena fosse tratada de forma especial para que competições de triatlo e natação em águas abertas pudessem ser realizadas. Embora a qualidade da água tenha sido um desafio durante a preparação para as Olimpíadas, a medida agora parece consolidada, e a reabertura do rio se torna um marco no legado olímpico.
Desafios no caminho da reabertura: os impactos das chuvas e as promessas cumpridas
Mesmo com o investimento pesado e os avanços ambientais, o rio ainda enfrenta desafios naturais. A chuva, por exemplo, tem impacto direto na qualidade da água, o que resultou em preocupações durante a preparação para as Olimpíadas. Alguns atletas, por exemplo, não puderam treinar no rio devido aos elevados níveis de poluição após fortes chuvas. Apesar disso, o esforço das autoridades locais em garantir a qualidade das águas do Sena segue como uma das grandes vitórias da cidade. No último ano, a prefeita Anne Hidalgo e outros membros do comitê olímpico realizaram um gesto simbólico, mergulhando no Sena para demonstrar que as águas estavam seguras para a natação.
A natação no Sena, uma nova tradição para Paris
A reabertura do Sena para nadadores é um passo importante para o turismo, lazer e legado esportivo de Paris. A cidade agora não só oferece um cenário encantador para os moradores e visitantes, mas também cumpre sua promessa de revitalizar suas águas e melhorar sua infraestrutura urbana, destacando-se no cenário internacional como uma cidade comprometida com a sustentabilidade e com a saúde pública.
