Parasita pode provocar lesões fatais no fígado e levar à morte caso não haja diagnóstico precoce
Uma infecção causada por um parasita silencioso e potencialmente letal tem registrado avanço em diversos países da Europa. Trata-se da equinococose alveolar humana (EA), popularmente chamada de “febre da raposa”, provocada por um tipo de tênia capaz de permanecer adormecida no organismo por mais de uma década, comprometendo lentamente órgãos vitais, especialmente o fígado.
De acordo com um estudo publicado na revista científica The Lancet Infectious Diseases, foram identificados 4.207 casos da doença em 28 dos 40 países europeus analisados nos últimos 25 anos. No entanto, especialistas alertam que o número real pode ser bem mais elevado, já que a infecção costuma ser subnotificada ou diagnosticada apenas em estágios avançados.
A equinococose alveolar é transmitida por meio da ingestão de alimentos ou água contaminados com ovos do parasita, presentes nas fezes de raposas — principal hospedeiro natural da tênia. Pequenos roedores e até animais domésticos, como cães e gatos, também podem carregar o verme e representar risco de transmissão a humanos.
Após a contaminação, o parasita se aloja no fígado, onde pode formar lesões que se assemelham a tumores. Os sintomas, que muitas vezes só surgem após vários anos, incluem dor abdominal, cansaço extremo, perda de peso e sinais de insuficiência hepática — quadro semelhante ao de um câncer no fígado.
Sem tratamento, a doença evolui de forma grave e é, na maioria dos casos, fatal. Por isso, o diagnóstico precoce e o acompanhamento médico são fundamentais.