Por Wilton Emiliano Pinto *
Durante boa parte da vida, somos empurrados por uma engrenagem invisível que nos dita metas:
estudar, conquistar, acumular, mostrar.
Acreditamos — quase sempre sem questionar — que a felicidade está logo ali, numa estação à frente:
após o diploma, depois do emprego, no casamento, na casa própria, no carro novo, na aposentadoria…
Mas essa promessa vive sendo adiada, como um trem que nunca chega ao destino.
E então, um dia, quando alcançamos o que parecia ser o ápice — o título, o salário, o status —, algo nos desconcerta:
o vazio.
A casa dos sonhos perde o encanto.
O carro novo já não acelera a alma.
O sucesso, tão celebrado, não preenche o silêncio das noites em que o sono custa a vir.
É nesse silêncio que surge a pergunta que realmente importa:
Qual é o verdadeiro sentido da vida?
Essa pergunta não vem com alarde, mas com profundidade.
Ela se insinua nas rugas do tempo, nos cabelos que prateiam,
nas perdas inevitáveis, nas alegrias que não cabem em vitrines.
Ela aparece no espelho quando deixamos de perguntar “o que tenho?”
e passamos a questionar:
“Quem sou?”
“Quem estou me tornando?”
Descobrimos, então, que o sentido da vida
não está no que se compra, mas no que se compartilha.
Não está nas conquistas que se exibem, mas nos vínculos que se constroem.
Não é a grandiosidade das vitórias que nos sustenta,
mas a delicadeza dos gestos que ninguém vê:
💬 a escuta atenta
🤗 o abraço sincero
🕊️ a palavra que consola
⏳ o tempo doado com amor
A vida começa a fazer sentido quando deixamos de acumular coisas
e passamos a cultivar virtudes.
Quando compreendemos que somos passageiros num mundo transitório,
onde o único legado verdadeiro é o bem que praticamos.
O que deixamos nos cofres passa.
O que deixamos nos corações, permanece.
Mais cedo ou mais tarde, a vida nos ensina:
O que levamos conosco não cabe em malas.
São as memórias feitas de afeto,
as marcas deixadas nas pessoas,
os gestos discretos que se eternizam.
Toda bagagem de orgulho, vaidade ou rancor… fica pelo caminho.
Segue viagem apenas o que eleva, o que pacifica, o que constrói amor verdadeiro.
A vida não é uma linha reta rumo ao fim.
É uma espiral ascendente, onde:
🔸 cada gesto de compaixão é um degrau
🔸 cada aprendizado, uma nova chance
🔸 cada recomeço, uma semente de eternidade
Talvez o verdadeiro sentido da vida seja simplesmente ser ponte:
entre o que somos e o que podemos ser,
entre o chão que limita e o céu que inspira,
entre o medo que paralisa e a esperança que impulsiona,
entre a presença que acolhe e o silêncio que ensina.
Que ao final da jornada, possamos olhar para trás e ver:
✨ mais luz do que sombra
🤝 mais entrega do que egoísmo
❤️ mais amor do que arrependimento
E que, ao sermos perguntados “quem é você?”, tenhamos a serenidade de responder —
sem vanglória, mas com verdade:
“Sou alguém que tentou, todos os dias, ser um pouco melhor.
Que caiu e se levantou.
Que amou.
Que serviu.
Que viveu com propósito
e não desperdiçou a dádiva da vida.”
