País suspende diálogo sobre programa nuclear, acusando EUA de apoiar agressão
O governo iraniano anunciou a suspensão das negociações sobre seu programa nuclear enquanto persistirem os ataques israelenses. O encontro, que ocorreria em Omã, seria a sexta rodada de diálogos iniciados em abril.
A iniciativa de mediação partia do presidente norte-americano Donald Trump, que buscava um entendimento para interromper, por tempo indeterminado, o enriquecimento de urânio com potencial bélico. Em contrapartida, os Estados Unidos retirariam as sanções econômicas impostas ao Irã.
No entanto, o cenário mudou após Israel lançar ofensivas que resultaram na morte de Ali Shamkhani, principal negociador iraniano. A escalada do conflito levou Teerã a interromper o processo diplomático.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano declarou: “Até que a agressão contra a nação iraniana pare, não faz sentido participar de um diálogo com o país que é o maior apoiador e cúmplice do agressor”, referindo-se aos Estados Unidos.
Israel justificou suas ações alegando possuir informações de inteligência indicando que o Irã estaria próximo de alcançar capacidade nuclear armamentista. Segundo os dados divulgados, o país teria acumulado material suficiente para produzir nove ogivas nucleares em poucos meses.
Apesar do cancelamento das tratativas, um alto oficial da administração Trump afirmou que os Estados Unidos seguem comprometidos com a busca por um acordo.
O presidente francês, Emmanuel Macron, entrou em contato com a liderança iraniana para reforçar a importância do retorno às negociações, dada a gravidade da situação.
No último sábado (14), Trump e o presidente russo Vladimir Putin conversaram por telefone por cerca de 50 minutos. O líder russo declarou ter dialogado com autoridades iranianas e reiterou a necessidade de encontrar soluções diplomáticas mutuamente aceitáveis para a questão nuclear.
Além de condenar a ofensiva israelense e expressar preocupações sobre a possível expansão do conflito na região, Putin reforçou seu posicionamento favorável a um desfecho pacífico.
Trump classificou a situação como alarmante e mencionou a precisão dos ataques israelenses. Ambos concordaram sobre a necessidade de encerrar a guerra e manifestaram abertura para retomar as conversas sobre o pacto nuclear.
Na mesma ocasião, os líderes discutiram a guerra na Ucrânia. Putin se comprometeu a manter as trocas de prisioneiros e afirmou disposição para retomar as negociações com o governo ucraniano.