Resposta de Teerã aos bombardeios israelenses agrava crise regional e ameaça negociações nucleares
Ao menos três cidadãos israelenses morreram e outras 82 pessoas ficaram feridas na manhã deste sábado (horário local), após uma série de ofensivas lançadas pelo Irã contra o território de Israel. A ação, que representa uma das mais significativas escaladas militares na região nos últimos anos, ocorreu em retaliação aos bombardeios conduzidos por forças israelenses no Irã durante a madrugada da última sexta-feira.
Operação Promessa Verdadeira 3: a ofensiva iraniana
Batizada de “Operação Promessa Verdadeira 3”, a resposta iraniana veio em tom de retaliação direta aos ataques sofridos em solo persa. Até o momento, os bombardeios israelenses no Irã resultaram em 78 mortes, incluindo oficiais de alta patente das Forças Armadas iranianas, além de mais de 320 feridos registrados em diferentes províncias.
Durante os ataques deste sábado, os projéteis disparados pelo Irã conseguiram ultrapassar o sistema de defesa antimísseis conhecido como Domo de Ferro, considerado um dos pilares da defesa aérea israelense no Oriente Médio. Segundo veículos de imprensa iranianos, as forças de Teerã derrubaram dois caças F-35 de fabricação norte-americana pertencentes à frota de Israel. Uma piloto israelense também teria sido capturada pelas forças iranianas, informação não confirmada até o momento por fontes oficiais israelenses.
Israel contra-ataca: ofensiva aérea atinge Teerã
Em resposta, as Forças de Defesa de Israel anunciaram bombardeios ao Aeroporto de Mehrabad, localizado na capital iraniana. Apesar da ofensiva, o governo de Teerã afirmou que a infraestrutura logística do aeroporto segue operando normalmente, sem impactos significativos na circulação aérea.
No início da madrugada deste sábado, após a detecção dos mísseis lançados pelo Irã, o Exército israelense emitiu alertas de emergência à população, orientando que buscassem refúgio imediato em abrigos subterrâneos.
— Pouco tempo atrás, sirenes de alerta soaram em várias regiões de Israel devido ao lançamento de mísseis do Irã contra o Estado de Israel. A Força Aérea está em operação para interceptar e atacar alvos onde for necessário, visando eliminar a ameaça — informou o comando militar israelense por meio do aplicativo Telegram, às 4h40 do horário local (22h40 de sexta-feira em Brasília).
Crise nuclear: negociações entre Irã e EUA ficam ameaçadas
O episódio militar agrava ainda mais as tensões em torno do programa nuclear iraniano. Desde abril, o Irã e os Estados Unidos vinham retomando as negociações sobre a não proliferação de armas nucleares, com mediação do governo de Omã. Este diálogo marcou o primeiro esforço de reaproximação entre os dois países desde 2018, quando o então presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos do acordo nuclear firmado em 2015.
Como resposta ao rompimento unilateral por parte de Washington, o governo iraniano intensificou seu programa de enriquecimento de urânio. Atualmente, Teerã atinge níveis de até 60% de pureza, muito acima do limite de 3,67% estabelecido pelo acordo original, mas ainda aquém dos 90% necessários para a produção de armamentos nucleares.
Israel, por sua vez, tem reiterado publicamente suas preocupações com o avanço do programa nuclear iraniano. Ignorando o processo de negociação diplomática conduzido pelos EUA, Tel Aviv justificou sua recente ofensiva alegando que o estágio atual do enriquecimento de urânio por parte do Irã representa uma ameaça existencial à segurança nacional israelense.
