De acordo com o Ministério da Saúde palestino, aproximadamente cem pessoas morrem diariamente em decorrência dos bombardeios israelenses. Desde o início do conflito, quase 54 mil habitantes do enclave foram mortos.
O Ministério da Saúde palestino estima que cerca de cem pessoas perdem a vida diariamente devido aos bombardeios realizados pelo Exército de Israel. Desde o início da ofensiva militar, em 7 de outubro de 2023, o número de mortos no enclave já se aproxima de 54 mil.
Em meio aos escombros, os habitantes de Gaza lutam para sobreviver após quase três meses de bloqueio total imposto por Israel. Recentemente, sob pressão da comunidade internacional, o governo israelense autorizou a entrada de uma quantidade limitada de ajuda humanitária, considerada insuficiente para suprir as necessidades da população local.
A moradora Teïma relata a precariedade das condições. “Consegui um pouco de amido de milho. Coloco uma colher em um copo d’água e dou para ela beber. Como não há mais pão, isso substitui a refeição”, afirmou ao correspondente da Radio France Internationale (RFI) em Jerusalém, Sami Boukhelifa, ao referir-se à filha de quatro anos.
Nos mercados da região, os preços de frutas e legumes tornaram-se proibitivos. Teïma relata ter encontrado farinha de trigo infestada de insetos sendo vendida por mais de € 40 o quilo, o que equivale a cerca de R$ 260.
Ajuda humanitária restrita e pressões diplomáticas
Após dois meses e meio de bloqueio, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, autorizou a entrada de uma quantidade reduzida de alimentos em Gaza. De acordo com ele, a decisão não foi motivada por questões humanitárias, mas sim por razões diplomáticas.
“Amigos de Israel disseram que não poderão continuar apoiando a guerra se imagens de ‘fome em massa’ forem divulgadas”, afirmou Netanyahu.
O premiê israelense divulgou um vídeo dirigido aos líderes da França, do Reino Unido e do Canadá, países que apelaram a Israel pelo fim dos ataques em Gaza e pela retomada das negociações para a criação de um Estado palestino.
Novos bombardeios israelenses
Nesta sexta-feira (23), ao menos 16 pessoas morreram em bombardeios israelenses realizados em diversas áreas da Faixa de Gaza, segundo Mohammed al-Moughayir, dirigente de uma organização de resgate no território.
Os ataques, que atingiram residências localizadas nas regiões central e sul do enclave, também deixaram dezenas de feridos. As operações militares foram retomadas em 18 de março, após o fracasso das negociações indiretas entre Israel e o grupo islâmico Hamas, que buscavam prorrogar a trégua de dois meses anteriormente acordada.
O conflito teve início após o ataque do Hamas, em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.218 pessoas em Israel — a maioria civis —, segundo levantamento da agência France Presse (AFP), com base em dados oficiais.
Das 251 pessoas sequestradas pelo grupo na ocasião, 57 permanecem em cativeiro em Gaza e outras 34 foram declaradas mortas pelo Exército israelense.
Até o momento, as ações militares de Israel causaram a morte de ao menos 53.762 pessoas na Faixa de Gaza, também em sua maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas. A Organização das Nações Unidas (ONU) considera os dados confiáveis.
(Com informações da AFP)
