Suspensão é preventiva e poderá ser revista quando o Brasil for declarado livre da gripe aviária
A Argentina anunciou nesta sexta-feira (17) a suspensão das importações de carne de frango e subprodutos de aves provenientes de todo o território brasileiro. A medida foi tomada após a confirmação de um foco de gripe aviária no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, e segue decisões semelhantes adotadas recentemente por China e União Europeia.
Restrições abrangem todo o território nacional
De acordo com o governo argentino, a suspensão é temporária e estará em vigor até que o Brasil receba certificação internacional de erradicação do vírus. A decisão foi comunicada por autoridades sanitárias do país vizinho e reforça o cenário de alerta internacional diante do avanço da influenza aviária na América do Sul.
Diferentemente de países que aplicam o conceito de regionalização — restringindo importações apenas da região afetada — a Argentina, assim como China e União Europeia, adota um protocolo mais rígido e impõe o embargo ao país como um todo, independentemente da localização do foco da doença.
Países com acordos de regionalização mantêm parte das compras
Em contrapartida, mercados como Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Filipinas possuem acordos sanitários com o Brasil que preveem a regionalização das restrições. Nestes casos, o embargo atinge apenas o estado onde foi detectado o foco, ou seja, o Rio Grande do Sul.
Após a confirmação do caso pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, o órgão sanitário argentino também recomendou ao setor produtivo interno o reforço das medidas de biossegurança nos estabelecimentos avícolas, com foco na prevenção da doença.
Exportações seguem em alta, mas setor acende alerta
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, entre janeiro e abril deste ano, o Brasil exportou US$ 3,7 bilhões em carnes de aves e miúdos. China, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos figuram entre os principais destinos da proteína brasileira.
A nova suspensão imposta pela Argentina adiciona mais pressão ao setor avícola, que já enfrenta perdas com os embargos impostos por outros mercados estratégicos. Entidades do setor seguem monitorando a situação e defendem o fortalecimento da diplomacia sanitária para reverter as restrições o quanto antes.
