Estudo coordenado pela UFG conta com R$ 3,7 milhões em investimentos e tem potencial para gerar avanços em medicina, agricultura e biotecnologia
Com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre a biodiversidade fúngica dos biomas Cerrado e Pantanal, um projeto inédito financiado com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e da Capes está sendo executado por uma rede de 18 instituições nacionais e internacionais. O investimento total é de R$ 3,7 milhões — sendo R$ 1,2 milhão provenientes do Governo de Goiás, por meio da Fapeg, e R$ 2,5 milhões da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
A iniciativa integra o Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação (PDPG Centro-Oeste) e tem conclusão prevista para 2029. A coordenação geral está a cargo da professora Célia Maria de Almeida Soares, da Universidade Federal de Goiás (UFG), e tem como foco a construção de um inventário abrangente de fungos associados a ecossistemas da região Centro-Oeste.
Segundo a pesquisadora, o trabalho contribuirá diretamente para avanços em diversos setores.”Os fungos são essenciais para a vida na Terra. Conhecê-los é fundamental para enfrentar desafios ambientais e de saúde humana, especialmente diante das mudanças climáticas”, afirma Célia Soares.
Aplicações e impactos do estudo
As primeiras coletas já começaram nos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul. Os dados coletados servirão como base para estratégias de manejo sustentável e conservação da biodiversidade local. Além disso, os resultados devem abrir caminhos para o desenvolvimento de medicamentos, produção de enzimas com uso industrial e soluções biotecnológicas voltadas ao setor agropecuário.
O impacto esperado não se limita ao meio ambiente. O projeto prevê a formação de profissionais altamente qualificados, o fortalecimento de programas de pós-graduação e o avanço do conhecimento científico na região Centro-Oeste. A colaboração internacional amplia o alcance da iniciativa, promovendo intercâmbio de experiências e acesso a tecnologias avançadas que poderão ser incorporadas no desenvolvimento da pesquisa.
Além de seu potencial ambiental, médico e industrial, a iniciativa também se alinha aos objetivos da bioeconomia, oferecendo soluções que conciliam conservação ambiental e desenvolvimento socioeconômico.