Espécie típica da região do Mediterrâneo, ave permaneceu imóvel próximo à chaminé que anuncia escolha do novo papa.
Enquanto os olhos do mundo se voltavam para a chaminé instalada no telhado da Capela Sistina, no Vaticano, durante o primeiro dia do conclave nesta quarta-feira (7), um visitante inesperado atraiu a atenção de fiéis e telespectadores: uma gaivota-de-patas-amarelas pousou ao lado da estrutura e permaneceu imóvel por alguns minutos, parecendo observar o movimento.
A ave pertence a uma subespécie comum nas regiões banhadas pelo mar Mediterrâneo. Apesar de tradicionalmente associadas a áreas litorâneas, gaivotas como essa têm se adaptado com facilidade às grandes cidades mediterrâneas, como Roma, em razão da disponibilidade de alimentos e da arquitetura urbana, que oferece locais elevados ideais para a construção de ninhos — longe de predadores e com boa visibilidade.
A presença da gaivota gerou reações nas redes sociais e foi interpretada por alguns como um símbolo inusitado em um momento de grande expectativa para a Igreja Católica, que se prepara para anunciar o sucessor do papa Francisco, morto no mês passado.
O conclave teve início na tarde desta quarta e pode se estender até sexta-feira (10), caso não haja consenso entre os cardeais eleitores nas primeiras rodadas de votação.
Como funciona a escolha do novo papa
Durante o conclave, as cédulas de votação são queimadas na Capela Sistina, e a cor da fumaça que sai pela chaminé indica o resultado. A fumaça preta sinaliza que nenhum nome obteve os dois terços dos votos exigidos. Já a fumaça branca informa que um novo papa foi escolhido.
O processo é minucioso: após a contagem dos votos, cada cédula é perfurada sobre a palavra Eligo e amarrada com um barbante, antes de ser guardada em segurança. Caso algum cardeal esteja doente e impossibilitado de participar presencialmente da votação, uma equipe previamente definida leva até ele uma bandeja com cédulas e uma urna lacrada para garantir o sigilo e a validade do voto.
Assim que o novo pontífice é eleito, ele é conduzido à chamada Sala das Lágrimas, localizada ao lado da Capela Sistina. Ali, ele veste pela primeira vez os trajes papais brancos, antes de ser apresentado à multidão na Praça de São Pedro com a tradicional proclamação Habemus Papam.