Pequim solicita que Washington divulgue dados sobre os primeiros casos registrados em solo americano
O governo da China voltou a defender que os Estados Unidos sejam investigados quanto à origem do coronavírus. Em um documento oficial divulgado na quarta-feira (30), o Executivo chinês sustentou que as análises realizadas no país já descartaram a possibilidade de o vírus ter surgido em Wuhan, e afirmou que as próximas etapas da investigação devem se concentrar em território americano.
A nota foi publicada pelo Gabinete de Informação do Conselho de Estado e argumenta que a China promoveu “investigações abertas, transparentes e científicas”, com o envolvimento de especialistas internacionais e sob a supervisão da Organização Mundial da Saúde (OMS). O principal embasamento para essa alegação é o relatório conjunto de março de 2021, produzido após 28 dias de pesquisa na cidade de Wuhan com a participação de cientistas estrangeiros e chineses.
Esse relatório concluiu que seria “extremamente improvável” que o vírus SARS-CoV-2 tenha escapado de um laboratório localizado em Wuhan, hipótese amplamente ventilada à época. O documento também afastou a cidade como o possível epicentro natural da pandemia. “É justo dizer que o estudo sobre as origens do SARS-CoV-2 conduzido na China foi encerrado”, afirma o texto.
Pequim também acusou os EUA de se recusarem a avaliar de forma crítica sua própria resposta à pandemia e de transformarem a busca pela origem do vírus em uma questão política, o que, segundo a China, comprometeu a cooperação internacional no enfrentamento da crise sanitária.
Além disso, o governo chinês mencionou uma série de episódios considerados suspeitos que teriam ocorrido nos Estados Unidos antes da identificação oficial do surto em Wuhan. A Comissão Nacional de Saúde da China alega que “inúmeras pesquisas mostram que o vírus da covid-19 se originou no exterior”, motivo pelo qual as próximas investigações, segundo o país, deveriam priorizar os EUA.
As autoridades chinesas também solicitaram que o governo norte-americano torne públicos os dados disponíveis sobre os primeiros infectados no país.