Brasil amplia participação no mercado chinês com safra recorde e crescimento nas exportações
Soja brasileira ocupa espaço deixado pelos EUA
A intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China tem impulsionado significativamente as exportações brasileiras de soja ao mercado chinês. Em 2024, a China importou 105 milhões de toneladas do grão, das quais 74,65 milhões — o equivalente a 71,1% — foram fornecidas pelo Brasil. Em contraste, os Estados Unidos, que historicamente lideravam as vendas ao país asiático, exportaram 22,14 milhões de toneladas, representando 21,1% do total e uma queda de 13,3% em relação a 2018.
Tarifas ampliam competitividade do Brasil
A reconfiguração do mercado de soja tem origem direta nas tarifas impostas pelos dois países durante a escalada da guerra comercial. O governo do presidente Donald Trump elevou as tarifas sobre produtos chineses para até 145%. Como retaliação, a China impôs tarifas de até 125% sobre produtos norte-americanos, incluindo a soja. Com isso, Pequim ampliou as compras do grão brasileiro, substituindo progressivamente os embarques dos Estados Unidos.
Em abril de 2025, as importações chinesas de soja brasileira cresceram 32% em comparação ao mesmo período do ano anterior, somando 700 mil toneladas.
Produção recorde sustenta aumento nas exportações
O cenário favorável também se apoia em uma safra nacional histórica. Em 2024, o Brasil colheu 169 milhões de toneladas de soja, um volume recorde. Analistas do setor preveem que, caso o impasse comercial entre Washington e Pequim persista, as exportações brasileiras para o mercado chinês poderão alcançar 90 milhões de toneladas em 2025. A receita estimada para esse volume é de até US$ 40 bilhões.
Brasil diversifica pauta agrícola com a China
Além da soja, o Brasil tem ampliado o portfólio de produtos agrícolas exportados para a China. Culturas como o gergelim e o sorgo vêm ganhando espaço no mercado chinês, reforçando a consolidação da parceria comercial entre os dois países no setor do agronegócio.
Nova configuração global favorece o agronegócio brasileiro
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo tem oferecido ao Brasil uma oportunidade estratégica para se consolidar como o principal fornecedor de soja à China. O movimento fortalece o agronegócio nacional, amplia o superávit da balança comercial e reafirma a relevância do país no cenário global de exportações agrícolas.