Durante discurso em jantar do Comitê Nacional Republicano para o Congresso, o republicano utilizou linguagem informal e provocativa para descrever o cenário.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (8) que líderes de diversos países estão pressionando por negociações com Washington em razão das tarifas comerciais impostas recentemente.
“Estou dizendo a vocês, estes países estão nos ligando, me bajulando. Estão morrendo para fazer um acordo. ‘Por favor, por favor, senhor, me deixe fazer um acordo. Eu faço qualquer coisa'”, disse Trump. Em seguida, reforçou a crítica afirmando que os países estariam “kissing my ass” — expressão que, traduzida literalmente, significa “beijando minha bunda”.
Countries are Kissing my ass – Donald j trump – The President of #USA 9/04/2025 pic.twitter.com/r1ZT0XwLw2
— The BitWhale (@thebitwhale) April 9, 2025
A fala foi proferida enquanto o governo norte-americano dava início à aplicação de uma série de tarifas sobre importações de 184 países e territórios. As medidas, anunciadas na semana passada, incluem uma alíquota básica de 10% que entrou em vigor em 5 de abril. Na ocasião, Trump declarou o início da política como um “dia da libertação”.
As tarifas, que o presidente classifica como “recíprocas”, variam conforme a avaliação da Casa Branca sobre o nível de barreiras comerciais impostas por outros países aos produtos dos Estados Unidos. Os percentuais vão de 20% para a União Europeia a até 46% para produtos importados do Vietnã. Produtos chineses passaram a ser taxados em 104%, após decisão confirmada pela Casa Branca na terça-feira.
Outros países também foram incluídos na nova política tarifária, com taxas como:
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Índia: 26%
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Taiwan: 32%
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Japão: 24% (em processo de negociação)
O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, já iniciou consultas com o governo norte-americano para tentar rever a medida. A União Europeia, por sua vez, deve apresentar uma resposta formal às tarifas norte-americanas no início da próxima semana.
Segundo nota oficial da Casa Branca, as tarifas adicionais permanecerão em vigor até que o presidente determine que “a ameaça representada pelo déficit comercial e pelo tratamento não recíproco subjacente seja satisfeita, resolvida ou mitigada”.
A ordem executiva assinada por Trump também prevê possibilidade de ajustes nas tarifas. O texto autoriza o aumento das alíquotas em caso de retaliação por parte dos parceiros comerciais, ou a redução delas se houver ações concretas para corrigir desequilíbrios e alinhar políticas econômicas e de segurança com os interesses dos EUA.
As novas medidas tarifárias, que se somam a outras já adotadas desde o início da gestão Trump, têm gerado instabilidade nos mercados globais e tensão entre os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos. A escalada tarifária reacende preocupações quanto aos efeitos de uma guerra comercial ampliada sobre o crescimento econômico mundial.