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Casa Política

Cadê a esquerda nas ruas? Especialistas analisam silêncio nas mobilizações

Administrador by Administrador
6 de abril de 2025
in Política
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Cadê a esquerda nas ruas? Especialistas analisam silêncio nas mobilizações

Manifestação na Avenida Paulista contra a anistia aos presos do 8 de Janeiro — Foto: Daniel Frias/Monitor do Debate Político/30-03-2025

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Enquanto a extrema direita cresce, a esquerda enfrenta limites para sair de sua própria bolha

Durante décadas, a mobilização popular foi uma das marcas mais evidentes da esquerda brasileira. Até os anos 1990, era comum que manifestações convocadas por partidos e movimentos sociais ligados ao campo progressista reunissem dezenas de milhares de pessoas nas ruas. Nos últimos anos, no entanto, esse cenário mudou. A adesão popular a atos promovidos por setores de esquerda tem sido cada vez mais limitada — uma realidade reconhecida inclusive por lideranças da própria legenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“A gente sua sangue para conseguir 10 mil pessoas”, admitiu Edinho Silva, prefeito de Araraquara (SP) e nome cotado para assumir a presidência do PT, durante reunião na sede nacional do partido, realizada no fim de março.

A declaração veio poucos dias após uma manifestação na Avenida Paulista contra a possibilidade de anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de Janeiro. Mesmo com o apoio de figuras públicas e parlamentares da esquerda, o ato atraiu menos de 7 mil pessoas, segundo levantamento do Monitor do Debate Político da USP, em parceria com a ONG More in Common. Apesar de ter sido a maior mobilização entre as oito cidades onde houve convocação, o número ficou aquém das expectativas, especialmente diante da gravidade do tema e da proximidade do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Entre os nomes que tentaram impulsionar o evento pelas redes sociais estavam Guilherme Boulos (PSOL-SP), Érika Hilton (PSOL-SP) e Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da bancada petista na Câmara. Ainda assim, a adesão foi modesta. Em contraste, uma manifestação organizada por apoiadores de Bolsonaro na Praia de Copacabana, realizada duas semanas antes, chegou a reunir quase o triplo de pessoas, de acordo com a mesma metodologia de medição.

Desde as eleições de 2022, uma análise de seis atos relevantes — três de cada espectro político — mostra que a direita superou consistentemente a esquerda em número de participantes.

“Eles convocaram um milhão e compareceram 18 mil… Mas nós, para conseguirmos 10 mil, temos que suar sangue”, comparou Edinho, demonstrando preocupação com a capacidade atual de mobilização do partido.

A apreensão não é nova. Em 1º de maio do ano passado, Lula discursou diante de uma plateia esvaziada no estádio do Corinthians, em Itaquera (SP), diante de pouco mais de 1.600 pessoas. Na ocasião, o próprio presidente criticou a organização do evento, atribuindo a responsabilidade ao ministro Márcio Macedo, da Secretaria-Geral da Presidência, encarregado da articulação com os movimentos sociais.

Para tentar evitar novo fracasso no próximo Dia do Trabalho, centrais sindicais articulam um ato unificado com shows gratuitos e sorteio de carros, estratégia recorrente em outras épocas. Mas a eficácia dessa tática é colocada em dúvida por estudiosos da mobilização social.

“O apelo é maior quando há uma convocação que mobiliza diretamente os indivíduos”, analisa Pablo Ortellado, professor da USP e coordenador do Monitor do Debate Político. “Quando a chamada vem de entidades, como sindicatos e movimentos sociais, há uma adesão limitada à base militante. O resto da população tende a não se engajar — nem mesmo por meio das redes sociais”, avalia.

Para o historiador Lincoln Secco, autor de A história do PT, a queda da capacidade de mobilização da esquerda está relacionada a um processo de institucionalização iniciado com a chegada ao poder. “Desde 2003, a esquerda deixou de exercer papel mobilizador, mesmo em momentos de crise como o mensalão ou a prisão de lideranças petistas. A exceção foi quando Lula esteve diretamente envolvido”, afirma. Segundo ele, ao buscar aceitação institucional, o partido optou por estratégias de conciliação e composição política, distanciando-se das ruas.

Outro marco apontado pelos especialistas para compreender a perda de protagonismo é junho de 2013. De acordo com Leandro Consentino, cientista político e professor do Insper, os protestos daquele período romperam o que chama de “monopólio das ruas” que, até então, era exercido pela esquerda. “Antes, o petismo concentrava os discursos voltados às classes populares e, com isso, atraía grandes multidões. A partir de 2013, novos grupos passaram a disputar esse espaço, com pautas e linguagens próprias que também dialogam com esses segmentos”, explica.

O retorno da esquerda à Presidência, em 2023, tornou o desafio ainda mais complexo. Historicamente, governantes enfrentam maior resistência para engajar a população em manifestações públicas. Esse obstáculo se soma à ascensão da extrema direita, fenômeno internacional que se vale de uma retórica antissistema para mobilizar sua base.

Segundo Carolina Pavese, doutora em Ciência Política pela London School of Economics, movimentos conservadores vêm ganhando força ao explorar a sensação de ameaça a valores tradicionais e à integridade dos direitos individuais. “É essa percepção de que há inimigos a serem combatidos que fortalece a mobilização desses grupos — algo que a esquerda, neste momento, tem tido dificuldade de replicar”, avalia.

No Brasil, essa narrativa tem sido eficientemente utilizada pelo bolsonarismo, observa Carolina Botelho, pesquisadora do Iesp-Uerj. “Eles continuam martelando temas como moralidade, costumes e liberdade política. Mesmo pautas mais específicas, como a anistia aos presos do 8 de Janeiro, são incorporadas a esse discurso amplo e coeso”, afirma.

A força dessa mobilização extrapola fronteiras. Em fevereiro, cerca de 160 mil pessoas foram às ruas de Berlim contra políticas anti-imigração propostas pela Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema direita. Na Hungria, protestos surgiram em resposta à aprovação de uma lei que proíbe paradas LGBTQIAP+. Já na Argentina, a Marcha dos Aposentados reuniu manifestantes em Buenos Aires contra cortes promovidos pelo governo de Javier Milei.

Para Pavese, contudo, essas manifestações revelam mais uma tentativa de resistência do que sinais de força da esquerda. “O que se vê é uma reação defensiva diante do avanço da extrema direita no poder — que, em muitos países, segue em expansão.”

( Com Rafaela Gama / O Globo )

Tags: Anistia 8 de janeiroAtos Públicos da EsquerdaPolítica
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