O levantamento mostra ainda que 29% aprovam sua participação, enquanto 21% não souberam ou preferiram não opinar.
Uma pesquisa realizada pelo instituto PoderData, divulgada nesta sexta-feira (21), revela que 50% dos brasileiros que dizem conhecer Rosângela da Silva, a Janja, desaprovam sua atuação junto ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O estudo entrevistou 2.500 eleitores entre os dias 15 e 17 de março, por meio de ligações telefônicas. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
Entre os entrevistados, 83% afirmaram conhecer Janja — sendo que 46% disseram conhecê-la “de ouvir falar” e 37%, “bem”. Apenas 17% declararam desconhecê-la. Em comparação com os dados de setembro de 2022, a visibilidade da primeira-dama aumentou de maneira significativa. Na ocasião, apenas 28% afirmaram conhecê-la bem, enquanto 35% disseram conhecê-la superficialmente e 37% não sabiam quem ela era.
A desaprovação à atuação de Janja é mais intensa em determinados segmentos da população. Entre os eleitores da região Norte, a rejeição chega a 57%. O índice também é elevado entre pessoas com mais de 60 anos (53%) e entre aqueles cuja renda familiar varia entre dois e cinco salários mínimos (53%).
Discussão sobre cargo honorífico
No mesmo dia da divulgação da pesquisa, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu publicamente a criação de um cargo honorífico — sem remuneração — para que Janja possa atuar formalmente no governo.
“Defendo, sim, que [Janja] tenha um cargo honorífico, [então] ela não vai receber nada, seja isso legalizado, porque é importante até que ela possa prestar contas, falar, não vejo problema nenhum”, declarou Gleisi em entrevista à CNN Brasil.
Embora não ocupe função oficial no governo federal, Janja conta com uma equipe de ao menos 12 profissionais, incluindo assessoria de imprensa, fotógrafos, especialistas em redes sociais e um ajudante de ordens militar, como revelou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.
A primeira-dama também enfrentou questionamentos por ter viajado à Itália em classe executiva — procedimento que, segundo a publicação, pode contrariar normas vigentes para emissão de passagens no Poder Executivo. O caso está sob análise do Tribunal de Contas da União (TCU).
Além de acompanhar o presidente em viagens oficiais, Janja já representou o país em eventos internacionais. Sua atuação tem sido alvo de críticas da oposição e de entidades como a Transparência Internacional, que cobrou do governo federal maior transparência em relação às suas atividades.
Após pedidos formais de informações via Lei de Acesso à Informação (LAI), a primeira-dama passou a divulgar parte de sua agenda em publicações nas redes sociais. Contudo, recentemente, ela restringiu o acesso ao seu perfil e suspendeu as atualizações públicas. (Com Estadão Conteúdo)