Glucksmann denuncia retrocessos na era Trump e levanta debate sobre posse da Estátua da Liberdade
Neste domingo (16), o deputado Raphaël Glucksmann, representante da França no Parlamento Europeu, sugeriu que os Estados Unidos devolvessem a Estátua da Liberdade à França. O monumento foi um presente do governo francês aos norte-americanos em 1886, por ocasião do centenário da Declaração de Independência dos EUA.
A declaração do eurodeputado ocorreu durante uma convenção do movimento Place Publique e foi citada pelo jornal Le Monde. Glucksmann justificou sua sugestão argumentando que os Estados Unidos, sob a administração do presidente Donald Trump, teriam se afastado dos valores democráticos que inspiraram Paris a oferecer o monumento.
“Vamos dizer aos norte-americanos que optaram por ficar ao lado dos tiranos, que demitiram investigadores por defenderem a liberdade científica: ‘Devolvam-nos a Estátua da Liberdade'”, declarou.
Crítico ferrenho de Vladimir Putin e defensor da Ucrânia, Glucksmann criticou a posição dos EUA na guerra entre Rússia e Ucrânia e questionou a aproximação da gestão Trump com o governo russo. O parlamentar também atacou as demissões em instituições públicas americanas, incluindo centros de pesquisa nas áreas de saúde e meio ambiente.
“A segunda coisa que vamos dizer aos norte-americanos é: ‘Se querem demitir seus melhores pesquisadores, se desejam afastar aqueles que, por meio da liberdade, da inovação e da investigação, fizeram dos Estados Unidos a maior potência mundial, então vamos recebê-los de braços abertos'”, afirmou o deputado.
A declaração de Glucksmann gerou repercussão no cenário político internacional, reacendendo debates sobre a simbologia da Estátua da Liberdade e as mudanças na política externa dos EUA nos últimos anos. Até o momento, não houve manifestação oficial do governo americano sobre a proposta.