Por Wilton Emiliano Pinto *
O mar se estende à minha frente como um convite à serenidade. Suas águas azuladas dançam sob o sol, num vai-e-vem ritmado que hipnotiza e acalma. A brisa salgada afaga o rosto, e o cheiro do oceano desperta memórias de outros verões, de outras reuniões, de tempos idos que ainda vivem dentro de nós.
Aqui estamos, reunidos em família, celebrando o simples e o essencial: estarmos juntos. Não há pressa, não há urgência, apenas o prazer de compartilhar momentos que, mais tarde, se tornarão lembranças preciosas. O tempo parece desacelerar, e as conversas fluem como as ondas — leves, espontâneas, carregadas de histórias e de risos soltos.
As crianças correm pela areia, deixando pegadas que logo são apagadas pela espuma branca. Os mais velhos, sentados sob a sombra de uma robusta árvore que teima em crescer nas areias da praia, observam com olhares cúmplices, lembrando-se dos dias em que também corriam assim, sem preocupações, sem medir o tempo. O mar é testemunha de gerações que vêm e vão, mas a essência dos encontros familiares permanece imutável: o amor, a alegria e a cumplicidade que se fortalecem a cada reencontro.
No meio dessa paz, me pego refletindo sobre a beleza da união. Como é raro, nos dias de hoje, desligarmos o mundo lá fora para simplesmente estarmos presentes. Sem distrações, sem pressa, apenas sentindo a presença uns dos outros, compartilhando histórias, construindo memórias.
Que esses momentos sejam mais frequentes. Que não precisemos do mar para lembrar que estar juntos é um presente. Que saibamos valorizar os sorrisos ao nosso lado, os abraços apertados, as palavras de carinho que aquecem a alma. Porque, no fim das contas, a vida não é medida pelos dias que passam, mas pelos instantes que nos fazem sentir vivos.
E hoje, à beira-mar, sob esse céu infinito, sinto que a felicidade mora aqui — na simplicidade do agora, no aconchego da família, na certeza de que esses momentos são eternos em nossos corações.
Funcionário Público aposentado e gosta de uma boa prosa.
