O senador Eduardo Girão (Novo) anunciou que apresentará, na próxima quarta-feira (12), um pedido de impeachment contra o procurador-geral da República, Paulo Gonet. O parlamentar convidou outros senadores a assinarem o documento, que, segundo ele, aponta omissões e violações de princípios constitucionais por parte do chefe do Ministério Público Federal.
Em pronunciamento nesta segunda-feira (10), Girão criticou a atuação de Gonet, citando a divulgação dos vídeos da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do governo Jair Bolsonaro (PL). “O Brasil assistiu a cenas preocupantes de coação contra Mauro Cid, além de áudios que indicam uma possível articulação prévia para incriminar adversários políticos. Isso não pode passar sem resposta”, declarou o senador.
Procurador-geral da República, Paulo Gonet Foto: Antonio Augusto/PGR
Os vídeos tornados públicos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) mostram que Cid foi advertido sobre a possibilidade de prisão caso apresentasse contradições em seus depoimentos. Aliados de Bolsonaro sustentam que a delação ocorreu sob coação, buscando questionar a credibilidade das informações fornecidas pelo ex-ajudante de ordens e enfraquecer as investigações em curso.
Além do pedido de impeachment, Girão convocou a população a participar das manifestações programadas para o próximo domingo (16). Como revelou a Coluna do Estadão, o ex-presidente Jair Bolsonaro desautorizou aliados que tentaram inserir a pauta do “impeachment já” nas manifestações, priorizando uma estratégia de desgaste do governo Lula até as eleições de 2026.
Apesar disso, Girão defendeu que os manifestantes peçam o impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
A expectativa dos organizadores é reunir um milhão de manifestantes na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro. O ex-presidente Bolsonaro confirmou sua presença e afirmou que discursará durante o evento, que também contará com falas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e do pastor Silas Malafaia.