A partir da segunda quinzena de março, a vacina contra a gripe estará disponível de forma permanente nas salas de vacina de todo o Brasil para crianças de seis meses a menores de seis anos, gestantes e idosos com 60 anos ou mais. Até então, a imunização contra o vírus influenza ocorria apenas em campanhas sazonais.
A inclusão do imunizante no Calendário Nacional de Vacinação foi anunciada pelo Ministério da Saúde. A decisão visa ampliar a proteção contra a doença, considerando que surtos de gripe podem ocorrer em diferentes períodos do ano.
De acordo com a pediatra Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a imprevisibilidade da gripe torna necessária a ampliação da oferta do imunizante. “A gripe se caracteriza por uma imprevisibilidade. Então, apesar de a gente ter um maior número de casos no outono e inverno, surtos também acontecem ao longo do ano, de forma esporádica”, afirma.
Ela ressalta ainda que a possibilidade de vacinar-se fora do período habitual garante maior proteção para aqueles que perderam a campanha e reduz os impactos de possíveis surtos.
Além dos grupos que passam a ter acesso permanente ao imunizante, outras populações continuarão sendo vacinadas em estratégias especiais, como profissionais da saúde, professores, integrantes das forças de segurança, pessoas privadas de liberdade e indivíduos com doenças crônicas ou deficiências.
Mudanças na vacinação contra poliomielite e rotavírus
O Ministério da Saúde também anunciou alterações na vacinação contra a poliomielite. O esquema vacinal e o reforço passarão a ser feitos exclusivamente com a vacina inativada (VIP), administrada de forma injetável, substituindo a versão oral.
No caso do imunizante contra o rotavírus, houve uma ampliação na faixa etária permitida para a aplicação. Agora, a primeira dose, recomendada para bebês de dois meses, pode ser administrada até os 11 meses e 29 dias, enquanto a segunda dose, originalmente indicada para os quatro meses, poderá ser aplicada até os 23 meses e 29 dias.
Imunização contra a Covid-19
A vacinação contra a Covid-19 segue integrando o Calendário Nacional de Vacinação para crianças entre seis meses e menores de cinco anos, além de idosos e gestantes.
Para indivíduos com cinco anos ou mais, a vacina será aplicada regularmente em qualquer unidade de saúde. Pacientes imunocomprometidos deverão se imunizar a cada seis meses, enquanto os demais grupos prioritários receberão o imunizante anualmente. Entre eles, estão:
- Pessoas residentes em instituições de longa permanência;
- Indígenas;
- Ribeirinhos;
- Quilombolas;
- Puérperas que não receberam a vacina durante a gestação;
- Profissionais da saúde;
- Pessoas com deficiência permanente;
- Indivíduos com comorbidades;
- Pessoas privadas de liberdade;
- Funcionários do sistema prisional;
- Jovens em cumprimento de medidas socioeducativas;
- Pessoas em situação de rua.