A União Europeia (UE) revelou nesta terça-feira (4) um plano robusto de €800 bilhões (R$ 4,8 trilhões) voltado para o fortalecimento de suas capacidades militares.
A iniciativa inclui ainda um empréstimo de €150 bilhões (R$ 900 bilhões) destinado a impulsionar investimentos conjuntos em segurança e defesa.
O anúncio foi feito pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em um momento de crescente tensão geopolítica, especialmente após os Estados Unidos interromperem o envio de armas para a Ucrânia. A decisão americana veio poucos dias depois de um encontro turbulento entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o mandatário norte-americano, Donald Trump, na Casa Branca.
Denominado “Rearmar a Europa”, o plano permitirá que os 27 países do bloco realoquem recursos de fundos preexistentes, como os Fundos de Coesão, para ampliar seus investimentos em defesa. Ademais, a proposta prevê flexibilização das regras fiscais, garantindo que os países possam aumentar seus gastos militares sem comprometer os limites de déficit.
Diante das ameaças crescentes, von der Leyen destacou a urgência de uma resposta eficaz e coordenada. “A União Europeia está pronta para assumir suas responsabilidades e garantir uma defesa mais forte e resiliente”, afirmou.
Outro ponto essencial do plano é a recomendação para que os Estados-membros elevem seus gastos militares para 1,5% do PIB. Essa medida poderia proporcionar uma margem orçamentária adicional de €650 bilhões (R$ 3,9 trilhões) ao longo de quatro anos.
A proposta será enviada ainda hoje para análise das capitais europeias antes de ser debatida no Conselho Europeu extraordinário, marcado para quinta-feira (6). Além de reforçar a segurança do bloco, o projeto visa acelerar o envio de ajuda militar à Ucrânia, impactada pela recente decisão dos EUA de suspender seu suporte bélico ao país.