Iniciativa europeia busca cessar ataques aéreos e proteger infraestrutura energética
O presidente francês, Emmanuel Macron, e o ministro das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, anunciaram uma proposta conjunta da França e do Reino Unido para uma trégua parcial de um mês entre Rússia e Ucrânia. O plano visa suspender ataques aéreos, marítimos e ofensivas contra a infraestrutura energética ucraniana, como parte dos esforços europeus para ampliar o apoio a Kiev, em meio à incerteza sobre o respaldo dos Estados Unidos.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ressaltou a necessidade de um compromisso concreto para garantir uma paz duradoura e afirmou que as posições europeias serão discutidas com Washington. Nos últimos dias, a Ucrânia tem enfrentado uma intensificação dos ataques russos, com mais de 1.050 drones, 1.300 bombas aéreas e 20 mísseis disparados contra seu território.
Em resposta à escalada do conflito, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu a necessidade de fortalecer urgentemente a defesa europeia. Macron, por sua vez, sugeriu que os países da União Europeia aumentem os gastos militares para até 3,5% do PIB, mas enfrenta resistência dentro do bloco. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e o eslovaco Robert Fico criticaram o encontro de líderes europeus, argumentando que a Europa insiste em prolongar a guerra em vez de buscar soluções pacíficas.
O Reino Unido não confirmou oficialmente a proposta francesa. O ministro das Forças Armadas britânico, Luke Pollard, afirmou que ainda não há consenso sobre como a trégua poderia ser implementada.
O Kremlin rejeitou veementemente a possibilidade de presença de tropas ocidentais na Ucrânia e acusou Zelensky de dificultar os esforços diplomáticos. O porta-voz Dmitry Peskov declarou que a reunião de Londres apenas prolongará o conflito e que Moscou continuará negociando diretamente com os Estados Unidos.
Apesar das divergências, Zelensky reforçou seu compromisso em trabalhar com os aliados europeus para apresentar uma proposta de paz aos Estados Unidos, temendo que um possível retorno de Donald Trump ao poder resulte em um cessar-fogo favorável aos interesses russos.