A proposta será posteriormente discutida com os Estados Unidos.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou neste domingo (2) que Reino Unido, França e Ucrânia concordaram em desenvolver um plano para um cessar-fogo no conflito ucraniano.
“Concordamos que iríamos trabalhar em um plano para parar a guerra e, depois, discutir esse plano com os Estados Unidos. É um passo à frente em relação a onde estávamos na sexta-feira”, declarou Starmer em entrevista à BBC.
A decisão ocorreu no sábado à noite, após uma reunião entre Starmer e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Londres. O premiê britânico também conversou por telefone com os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da França, Emmanuel Macron.
Tentativa de distensão após desentendimento entre Zelensky e Trump
O anúncio surge em meio a um contexto de tensão diplomática. Na sexta-feira (31), um encontro entre Zelensky e Trump na Casa Branca terminou sem acordo sobre a cooperação entre os dois países nas áreas de mineração, energia e infraestrutura ucraniana.
“Me senti desconfortável, ninguém quer ver aquilo. Mas o importante é saber como reagir”, afirmou Starmer sobre o episódio, que foi amplamente transmitido pela mídia.
Diante do impasse, o primeiro-ministro britânico optou por agir rapidamente. “Em vez de aumentar a retórica sobre o quão indignados estamos todos”, afirmou ele, em uma possível crítica a outros líderes europeus, decidiu buscar alternativas. “Arregacei as mangas, peguei o telefone, falei com o presidente Trump, falei com o presidente Zelensky”, relatou.
Para Starmer, a solução para a crise passa pelo diálogo e pela cooperação internacional. “Precisamos construir pontes para encontrar uma forma de trabalharmos todos juntos” em busca de uma paz sustentável. Ele também demonstrou confiança de que Trump deseja o mesmo desfecho.
Cúpula internacional discutirá segurança na Europa
As negociações ocorrem às vésperas de uma importante cúpula internacional sobre defesa europeia e o processo de paz na Ucrânia. O evento reunirá cerca de 17 líderes globais em Londres, incluindo representantes de França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Noruega, Canadá, Finlândia, Suécia, Dinamarca, República Tcheca, Polônia e Romênia.
Também estarão presentes o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa.
Entre os temas que devem ser abordados, Starmer destacou a necessidade de uma “garantia de segurança europeia” a ser implementada quando o cessar-fogo for alcançado. Segundo ele, essa medida pode inicialmente envolver um grupo seleto de países dispostos a contribuir com uma força de manutenção da paz.
“Precisamos encontrar os países na Europa que estejam preparados para se comprometer mais. Não estou criticando ninguém, mas, em vez de avançar no ritmo de cada país europeu, o que seria lento, precisamos formar uma ‘coalizão de voluntários'”, explicou o primeiro-ministro britânico.