Levantamento do instituto Datafolha, divulgado nesta sexta-feira (14), revela uma queda significativa na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos últimos dois meses, com destaque para a perda de apoio entre seus próprios eleitores.
A redução foi de 20 pontos percentuais entre aqueles que votaram em Lula nas últimas eleições, enquanto a queda na média geral foi de 11 pontos. Em dezembro, 66% desse segmento consideravam seu governo ótimo ou bom, percentual que caiu para 46% na pesquisa atual.
A maioria desses apoiadores passou a avaliar o governo como regular, com um aumento de 27% para 40%. Já a parcela que classifica a gestão como ruim ou péssima quase dobrou, passando de 7% para 13%. A margem de erro para esse grupo é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos.
A desaprovação do presidente aumentou em todos os segmentos analisados, atingindo um patamar inédito em seus três mandatos. Contudo, a queda foi mais expressiva entre grupos tradicionalmente ligados ao petista, que possuem grande peso eleitoral.
Entre as mulheres, a aprovação caiu 14 pontos, reduzindo-se de 38% para 24%, igualando-se ao índice dos homens, onde a queda foi de 9 pontos. As mulheres representam pouco mais da metade da amostra da pesquisa, cuja margem de erro é de três pontos percentuais.
Entre pessoas pretas e pardas, a queda na aprovação foi de 15 e 13 pontos, respectivamente, em contraste com uma variação de 9 pontos entre os brancos. Esses dois grupos somam 61% dos entrevistados, e as quedas superam as margens de erro estabelecidas para cada segmento.
A popularidade do presidente também diminuiu mais intensamente no Nordeste (16 pontos) e no Sudeste (11 pontos), regiões que juntas concentram 69% da amostra. No Centro-Oeste e no Sul, a queda foi de 9 e 5 pontos, respectivamente. No entanto, os nordestinos ainda apresentam um saldo positivo, com 33% de avaliação favorável contra 30% de negativa.
Entre os que concluíram apenas o ensino fundamental, a aprovação é de 38%, enquanto a desaprovação é de 28%. Apesar disso, a queda também foi expressiva, pois em dezembro a satisfação com o governo era de 53%. Os menos escolarizados representam um terço da população e possuem uma margem de erro de quatro pontos percentuais.
No recorte de renda, a maior redução ocorreu entre os mais pobres, que recebem até dois salários mínimos por família (R$ 3.036). Esse grupo corresponde a 51% da amostra e 60% dos eleitores de Lula. Em dezembro, 44% aprovavam sua gestão; agora, esse percentual caiu para 29%.
Os mais ricos, com renda superior a dez salários mínimos (R$ 15.181), continuam sendo os mais críticos ao governo. A aprovação caiu de 32% para 18%, embora a variação esteja dentro da margem de erro, que é mais ampla para esse grupo, de 12 pontos percentuais.
Entre grupos religiosos, a desaprovação do presidente também cresceu. Entre católicos, a queda foi de 14 pontos percentuais, enquanto entre evangélicos a redução foi menor, de 5 pontos. O recuo também foi mais acentuado entre eleitores com mais de 45 anos, com uma diminuição de 15 pontos, contra 6 pontos entre os mais jovens, com idade entre 16 e 24 anos.