Sob aplausos, Juliana Leite Rangel recebe alta hospitalar e reencontra familiares
Juliana Leite Rangel, de 26 anos, baleada na cabeça por policiais rodoviários federais na véspera de Natal, recebeu alta hospitalar na tarde desta quinta-feira (6). A jovem deixou o Hospital Municipal Adão Pereira Nunes (HMAPN) em uma cadeira de rodas, acompanhada por familiares e amigos, enquanto era aplaudida pela equipe médica.
Deise Rangel, mãe de Juliana, descreve a recuperação da filha como um “verdadeiro milagre de Deus” e destaca que a família agora pode se preparar para celebrar o Natal novamente. Juliana, que reside em Belford Roxo, está se recuperando na casa de sua irmã Jéssica, em Niterói.
Antes de sair do hospital, Juliana conseguiu ficar de pé com a ajuda dos funcionários para subir os degraus da ambulância. Thiago Rezende, diretor-geral do HMAPN, declarou que, após 44 dias internada, Juliana recuperou suas funções motoras, mas ainda encontra dificuldades para andar devido ao longo período de internação. Segundo ele, “Juliana é um milagre.
Com o tempo e a fisioterapia, ela irá recuperar completamente suas funções motoras e voltará a andar. Após a alta, serão agendadas consultas ambulatoriais regulares nos próximos meses. Ela já foi liberada para fazer fonoaudiologia e está conseguindo se alimentar sem sonda ou ajuda.” A equipe médica acredita que Juliana retornará a uma vida normal.
Relembrando o caso
Na noite da véspera de Natal (24/12) do ano passado, Juliana Rangel foi atingida por um tiro de fuzil enquanto estava no carro da família na Rodovia Washington Luiz (BR-040), em Duque de Caxias. No momento do tiroteio, o carro estava com cinco pessoas. Além de Juliana, seu pai, Alexandre Rangel, foi atingido na mão esquerda, mas recebeu alta no mesmo dia. O caso está sendo investigado pela Polícia Federal e pela Corregedoria da PRF. Os policiais envolvidos foram afastados preventivamente, e as armas utilizadas, dois fuzis e uma pistola automática, estão sendo periciadas. A abordagem, que ocorreu durante o plantão especial de Natal, foi justificada pelos agentes como um erro, ao supor que o veículo estava relacionado a disparos ouvidos na região.
Durante sua internação, Juliana teve uma piora em seu estado de saúde, considerada grave pelos médicos, e desenvolveu uma infecção antes de sua melhora.