O DESTINO EM FORMA DE NÚMEROS

Por Wilton Emiliano Pinto *

Para o desenrolar desta história, é importante destacar que meu casamento estava inicialmente marcado para o dia 15 de dezembro de 1970, o mesmo dia do meu aniversário. No entanto, devido ao atraso na construção da casa onde eu e minha futura esposa iríamos morar, tivemos que adiar o evento para o dia 26 de janeiro de 1971. E é assim que, no próximo dia 26 de janeiro de 2025, o casal WITA completa 54 anos de matrimônio.

Era uma tarde tranquila de janeiro de 2025 quando, ao tomar o lápis e papel, senti o impulso de revisitar os números que marcaram a minha história. Às vezes, é como se precisássemos voltar a alguns pontos da nossa vida, como quem tenta decifrar uma melodia familiar, buscando o significado oculto nas notas que formam nossa trajetória. Ali estavam os números: 15, o dia do meu nascimento; 12, o mês que encerra o ciclo do ano; 1944, o ano que iniciou minha jornada.

A soma desses números surgiu de maneira quase automática, mais por curiosidade do que por qualquer expectativa. Mas o resultado – 1971 – fez o lápis escorregar ligeiramente sobre a mesa. Meu coração bateu mais forte. Era o ano em que me casei, o ponto de partida para o amor que sustentaria minha vida, os filhos que viriam e os sonhos que compartilharíamos. O destino, que tantas vezes passa despercebido, parecia então fazer uma pausa para me olhar de perto e sussurrar: “Veja, há algo aqui.”

Há momentos na vida que, de tão sutis, tecem uma teia invisível de significados, como se o acaso encontrasse espaço para se manifestar, apenas para mostrar que, por trás dos gestos cotidianos, há algo maior. Depois de muitos anos, eu me vi diante de uma descoberta impressionante, relacionada ao ano, mês e dia do meu nascimento, que se associaram, de maneira quase mística, ao dia do meu casamento. Isso me fez questionar: seria essa uma coincidência ou um sinal de que o universo, em sua sabedoria silenciosa, brinca de entrelaçar passado e presente, como se cada instante fosse parte de um grande plano?

Ao refletir sobre a soma dos números, percebi que aquilo não era apenas um jogo matemático, mas sim uma celebração cósmica. Algo que parecia afirmar que nossa vida não é apenas conduzida por acaso, mas por uma força maior, que se insinua entre o divino e o inexplicável. A numerologia, que pode parecer uma ciência de números distantes, ganhou uma nova perspectiva para mim, com o número 15, dia do meu nascimento, que carrega a energia da harmonia e da mudança. O número 12, o mês em que nasci, simboliza ciclos completos e realização. E o ano 1944, somado, resulta no número 18, ligado à intuição e à conexão com algo maior. Somando tudo isso – 15+12+1944 – chegamos ao ano 1971, que parece, então, representar a fusão do passado, do presente e do futuro – um símbolo claro de que o meu casamento não foi mera coincidência, mas sim um evento predestinado, alinhado com minha missão de vida.

Se naquela época, sem perceber, o destino mudou a data do meu casamento, talvez tivesse sido uma jogada sutil da vida, reafirmando que a união de dois corações não é apenas uma coincidência, mas uma experiência de sincronicidade. Casar em 1971 não foi apenas um número qualquer; foi o marco de uma história de amor que resistiu ao tempo, construindo uma base sólida, mas também permeada por essa energia invisível que rege nossa existência.

Agora, ao refletir sobre o futuro, uma ideia me atravessa a mente: se os números puderam se alinhar de forma tão perfeita no passado, quem sabe eles não podem abrir novas portas no futuro? Afinal, números têm poder, não é? Eles estão presentes em tudo, desde as loterias que compramos até os momentos mais cotidianos da nossa vida. Cada número é uma possibilidade, uma chave para um novo ciclo. Quem sabe, o universo, tão atento às nossas coincidências, não está simplesmente esperando o momento certo para nos dar o próximo sinal, como um amigo velho que sabe a hora exata de nos fazer sorrir?

Neste dia 18 de janeiro de 2025, quando escrevi estas linhas, enquanto o sol se punha e o céu se tingia de dourado, senti algo mais do que uma simples esperança. Senti gratidão. Gratidão pela vida que vivi, pelos momentos cheios de significados que se entrelaçaram ao longo dos anos. Sentir que até mesmo os números, com sua simplicidade e poder, podem contar uma história especial é como reconhecer a beleza oculta nas pequenas coisas. E, ao guardar o lápis, fiz um pedido silencioso aos céus: que os astros e os números continuem a dançar a meu favor, como velhos amigos que sabem exatamente onde a felicidade mora, sempre prontos para me guiar, como guiaram no passado.

E assim, a vida segue, com seus números, com suas coincidências e com os mistérios que, um a um, se revelam a quem tem os olhos atentos e o coração aberto para perceber os sinais.