A cidade de Nova York implementou, a partir deste domingo (5), a cobrança de pedágio para motoristas que desejam trafegar por partes de Manhattan, incluindo áreas icônicas como os bairros do Village e Chelsea, o edifício Empire State e a região de Wall Street.
A medida estabelece uma zona de cobrança automática que abrange toda a área central e sul da ilha, compreendendo as ruas abaixo da 60ª Rua, na divisa com o Central Park. Segundo dados da secretaria de transportes municipal, cerca de 700 mil veículos circulam diariamente pela região, onde a velocidade média caiu de 14,6 km/h em 2010 para 11,4 km/h em 2024.
Bairros como Midtown, Village, Chinatown, High Line, Chelsea e Wall Street estão incluídos na área tarifada, enquanto vias expressas nas margens de Manhattan – como a West Side Highway, FDR Drive e o túnel Hugh L. Carey – permanecem fora da zona de cobrança.
De acordo com a prefeitura, o objetivo é reduzir o trânsito, diminuir emissões de gases poluentes e melhorar a qualidade de vida dos moradores. Os valores arrecadados serão destinados à melhoria da infraestrutura de transporte público.
Tarifas e funcionamento
Para carros de passeio e pequenos veículos comerciais, a tarifa é de US$ 9 (aproximadamente R$ 55,60 na cotação de 3 de janeiro) nos horários de pico e US$ 2,25 (R$ 13,90) fora do período de maior movimento. Motos pagarão US$ 4,50 (R$ 27,80) no pico e US$ 1,05 (R$ 6,49) fora do pico.
Veículos de transporte por aplicativo e táxis também serão tarifados adicionalmente, com os custos repassados aos passageiros: US$ 0,75 (R$ 4,73) para táxis e transporte executivo e US$ 1,50 (R$ 9,27) para carros solicitados por apps.
Caminhões e ônibus pagarão tarifas de acordo com o porte do veículo, variando entre US$ 14,40 (R$ 89) e US$ 21,60 (R$ 133) nos horários de pico, e entre US$ 3,60 (R$ 22,20) e US$ 5,40 (R$ 33,30) fora do pico.
A cobrança será feita apenas uma vez ao dia por veículo, utilizando o sistema eletrônico EZ-Pass. Veículos sem o dispositivo receberão a cobrança pelo correio, com tarifas mais altas, cujos valores ainda não foram divulgados.
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Câmeras de leitura de placas de carros e sistema de cobrança automático do pedágio em Manhattan — Foto: Adam Gray/Reuters
Controvérsias
O presidente eleito Donald Trump já se manifestou contra o programa e prometeu encerrá-lo ao assumir o cargo em 20 de janeiro. Durante seu primeiro mandato, a medida foi suspensa enquanto aguardava uma revisão ambiental federal. Em novembro, Trump afirmou que a cobrança “colocará a cidade de Nova York em desvantagem em relação a outras cidades e estados concorrentes, e as empresas fugirão”. A Trump Tower, propriedade do presidente eleito, está localizada dentro da zona tarifada.
Os valores das tarifas estão programados para ajustes em 2028 e 2031, conforme o cronograma estabelecido pela secretaria de transportes.
Da Redação/Clicknews/G1