Edmundo González Urrutia, líder da oposição venezuelana, anunciou neste sábado (4), em Buenos Aires, que pretende retornar à Venezuela para assumir o cargo de presidente, reivindicando a vitória nas eleições realizadas em julho.
Em entrevista após se reunir com o presidente argentino, Javier Milei, o opositor afirmou:
“Minha intenção é ir à Venezuela para tomar posse do mandato que os venezuelanos me deram quando me elegeram com 7 milhões de votos”, disse González, sem fornecer detalhes sobre como planeja concretizar essa ação.
Exilado desde setembro, González buscou asilo na Espanha após o Conselho Eleitoral venezuelano declarar Nicolás Maduro como vencedor com 5,150 milhões de votos (51,2%), enquanto González teria obtido 4,445 milhões (44,2%). A oposição questiona a legitimidade do resultado, uma vez que as atas eleitorais ainda não foram apresentadas.
Em meio às tensões, o governo de Maduro ofereceu uma recompensa de US$ 100 mil por informações que levem à captura de González. Segundo as autoridades, o opositor estaria planejando um golpe de Estado com apoio dos Estados Unidos.
Transição e apoio internacional
González pediu que Maduro facilite uma transição pacífica: “Esperamos que Maduro contribua para uma transição pacífica e ordenada”, declarou.
Diversos países e blocos internacionais, como os Estados Unidos, a União Europeia e nações latino-americanas, não reconheceram a reeleição de Maduro, exigindo transparência na apuração dos votos. No Brasil, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva manteve uma posição neutra quanto a possíveis fraudes, mas condicionou o reconhecimento do pleito à apresentação das atas eleitorais. Apesar disso, enviará um representante para a posse, marcada para o dia 10 de janeiro, segundo informações do colunista do UOL, Jamil Chade.
Enquanto isso, as Forças Armadas venezuelanas reafirmaram apoio irrestrito a Maduro, que governa o país desde 2013, após a morte de Hugo Chávez.
Articulações internacionais
Além de suas declarações em Buenos Aires, González revelou planos de se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, neste domingo (5). Ele aguarda definições sobre o apoio das autoridades norte-americanas ao seu movimento.
A situação política da Venezuela segue atraindo atenção global, especialmente diante da crise humanitária e dos protestos que já resultaram em 28 mortes e milhares de prisões desde o anúncio da vitória de Maduro.
Da Redação/Clicknews/
UOL/FOLHAPRESS