Governador de São Paulo foi eleito durante convenção nacional em Brasília. Governador de Goiás, Marconi Perillo, será o primeiro vice-presidente; deputado Ricardo Tripoli, o segundo vice.
O PSDB elegeu neste sábado (9), durante convenção nacional em Brasília, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, como presidente do partido pelos próximos dois anos.
A chapa encabeçada por Alckmin recebeu 470 votos a favor, 3 contra, e houve uma abstenção. O primeiro vice-presidente do partido será o governador de Goiás, Marconi Perillo; o segundo vice, o deputado Ricardo Tripoli (SP), líder da bancada do partido na Câmara.
Alckmin chegou à presidência do PSDB como uma tentativa de unificar o partido. Nas negociações que antecederam a convenção, o senador Tasso Jereissati (CE) e o governador Goiás, Marconi Perillo, desistiram de suas candidaturas à presidência da legenda.
Somente em 2017, quatro tucanos terão passado pelo comando do partido.
Em maio, o senador Aécio Neves (MG) se licenciou da presidência do PSDB após a divulgação de gravação na qual ele pede R$ 2 milhões ao executivo da JBS, Joesley Batista — neste sábado, o senador foi vaiado por parte da militância ao chegar à convenção do PSDB.
O senador Tasso Jereissati (CE) ficou na presidência interina da sigla até o início de novembro, quando foi destituído por Aécio. Também provisoriamente, Alberto Goldman assumiu o cargo até a convenção nacional.
Nos últimos meses, o PSDB, que integrou o governo Michel Temer com quatro ministérios, iniciou um movimento de afastamento, mas a convenção não deliberou sobre esse assunto.
Em novembro, o deputado Bruno Araújo (PE) já havia deixado o comando do Ministério das Cidades. Nesta sexta-feira (8), o deputado Antonio Imbassahy (BA) pediu demissão da Secretaria de Governo.
Ao chegar à convenção, na manhã deste sábado, o até então presidente interino do partido, Alberto Goldman, cobrou a saída de Luislinda Valois da pasta dos Direitos Humanos.
O senador Aloysio Nunes Ferreira disse que permanecerá pelo menos até abril (prazo limite de desincompatibilização para quem quer disputar a eleição) como ministro das Relações Exteriores.

Alckmin é anunciado em convenção do PSDB presidente do partido
Discursos
Após a divulgação do resultado da votação, Alckmin fez um discurso de pouco mais de 20 minutos. Logo no início, agradeceu a presença do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, que deseja ser candidato do partido à Presidência da República. “Sua pré-candidatura honra o partido, sua história de vida, um dos melhores prefeitos do país”, disse.
Grande parte da fala de Alckmin foi dedicada à defesa de reformas, como a política, a da Previdência e a tributária. “Já passou a hora de tirar o peso desse estado ineficiente das costas dos trabalhadores e dos empreendedores”, afirmou.
Em outra parte de sua fala, o novo presidente do PSDB fez críticas aos governos do PT, especialmente ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Nós os derrotaremos nas urnas. Lula será condenado nas urnas pela maior recessão da história”, ressaltou.
Em sua fala, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou os políticos. “O povo está enojado, irritado com todos nós”, disse. “O povo sente uma grande traição nacional. Temos que respeitar a percepção nacional. As pessoas querem coisas simples, querem educação, querem saúde, querem transporte e também querem segurança”, afirmou.
Segundo o ex-presidente, o PSDB errou por omissão e corrigir os próprios erros. Para isso, afirmou, “é preciso ter escutar o povo”. “Não dá para fazer programas abstratos. Tem que ser uma coisa que reflita o sentimento das pessoas”, declarou.
Ele se referiu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para dizer que prefere não vê-lo na prisão (Lula recorre de uma condenação judicial). “Eu venci o Lula duas vezes. Prefiro combatê-lo na urna a vê-lo na cadeia”, afirmou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso discursa na convenção nacional do PSDB (Foto: Laís Lis / G1)
O prefeito de São Paulo, João Dória, manifestou apoio “incondicional” à eventual candidatura Alckmin. “Quero reafirmar o meu apoio incondicional a Geraldo Alckmin não só como presidente do partido, mas também juntos termos a liderança de Geraldo Alckmin para caminhar para a Presidência do Brasil”, afirmou.
O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, afirmou ao discursar que quer disputar a indicação do PSDB para candidato à Presidência da República, ainda que numa disputa com Alckmin. “Vai haver prévia geral e irrestrita”, disse, ressaltando que vai viajar pelo país em busca de apoio à candidatura.

Militantes do PSDB brigam durante convenção nacional do partido
Tumulto
Durante o discurso do senador Tasso Jereissati (CE), um tumulto tomou conta da área central do auditório da convenção. Segundo relatos dos participantes, um grupo apoiador do deputado Izalci Lucas (DF) entrou em confronto com pessoas que gritavam “fora, Izalci”.
Militantes trocaram agressões e jogaram cadeiras de metal uns nos outros, o que gerou correria no local. A briga foi apartada por seguranças e também por militantes.
Previdência
A convenção também não discutiu um possível fechamento de questão em apoio à reforma da Previdência, que o governo Temer tenta aprovar na Câmara antes do recesso legislativo do final do ano.
O fechamento de questão é uma decisão tomada pela executiva nacional do partido, grupo que será definido neste sábado.
Por Laís Lis e Bernardo Caram, G1, Brasília