Vitória Rodrigues, de 11 meses, não produz plaquetas normalmente e necessita de cinco transfusões por dia. Pai agradece apoio: ‘Se não for a ajuda das pessoas, ela não sobrevive’.
Policiais militares se uniram para doar sangue e ajudar Vitória Severino Rodrigues, de 11 meses, que está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Materno Infantil, em Goiânia. A menina possui uma doença rara que altera o funcionamento da medula óssea e provoca falhas na produção de plaquetas. Ela precisa de duas transfusões de plaqueta e três de plasma por dia.
“Com fé na nossa elevada missão de servir e proteger, viemos fazer esse pequeno gesto em prol da vida da pequena Vitória. Ela estará nas nossas orações. Estará na nossa fé o desejo positivo de melhoras”, afirmou o cadete Lucas Aguiar.
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Trinta cadetes participaram da ação na última sexta-feira (29), no Hemocentro, localizado no Setor Oeste. Comandante do curso de formação de oficiais, o tenente Luiz André de Oliveira disse que a equipe sempre tenta ajudar quem precisa de doação de sangue.
“É um projeto dos cadetes no sentido de fazer a doação de sangue em massa. Concentramos os esforços para atender à Vitória, buscando valorizar o bem-estar do cidadão, a proximidade com a população. É gratificante”, ressaltou o tenente.
O pai de Vitória, o engenheiro ambiental Wagner Rodrigues Silva, de 26 anos, agradeceu aos militares. Ele explica que a filha precisa de seis doadores por dia porque é preciso de três para cada transfusão de plaquetas.
“Se não for a ajuda das pessoas, ela não sobrevive. Primeiramente é Deus, depois as pessoas. Quero em nome da minha família que Deus retribua. É através dessas transfusões que ela está viva”, disse Silva.
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Luta pela vida
Wagner e a mulher, a assistente social Aparecida Antônia Severino Silva rodrigues, 28 anos, moram em Itarumã, na região sudoeste de Goiás. Porém, após o nascimento da filha, tiveram de se mudar para Goiânia para o devido tratamento da menina.
Desde que nasceu, os médicos notaram a baixa quantidade de plaquetas. Após, segundo os pais, “milhares de exames”, chegaram ao diagnóstico de aplasia medular quando Vitória tinha 5 meses.
“Ela já ficou zerada de plaquetas e nunca tinha dado hemorragia, os médicos disseram que nem sabiam como isso era possível. O corpo dela produz apenas 15% do necessário”, explica.
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A primeira hemorragia ocorreu após Vitória bater a cabeça no berço enquanto brincava, em 6 de setembro. Ela ficou internada, mas recebeu alta no fim do mês, pois o coágulo foi estancado e absorvido.
“Ela foi desenganada pelos médicos devido não ter plaqueta para poder passar por procedimento cirúrgico. Deus fez um milagre, os próprios médicos nos disseram”, explicou.
Em 21 de dezembro, a menina voltou ao hospital para tomar antibiótico contra vírus da herpes. No dia seguinte, ela teve uma nova hemorragia e desde então está internada. Por isso, ela precisa de ajuda para as doações de sangue.
“O Hemocentro disse que falta sangue, não estava tendo plaqueta, aí eu reforcei a campanha por doação de sangue. Eu paro as pessoas na rua e peço ajuda. Vem toda semana um ônibus de Itarumã para doar”, pede Wagner.
No próximo dia 30 de janeiro, está marcado um transplante de medula em Curitiba, no Paraná. A família espera que a hemorragia já esteja contida para que o procedimento seja feito.
“Deus faz milagres, são 11 meses contradizendo a medicina. A circunstância que ela passa nunca foi motivo, ela luta para sobreviver. Ela é o tempo todo alegre”, diz o pai.
Por Paula Resende, G1 GO