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Passagem de ônibus sobe para R$ 4 na Grande Goiânia, decide CDTC

Aprovado em reunião, reajuste de R$ 0,30 começa a vigorar já na próxima quarta-feira (24).

Reunião da Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC) decidiu, na tarde desta segunda-feira (22), aumentar o valor da passagem de ônibus na Grande Goiânia de R$ 3,70 para R$ 4. A nova tarifa começa a vigorar em 48 horas, ou seja, já na próxima quarta-feira (24).

Inicialmente, a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) apresentou um estudo pleiteando reajuste para R$ 4,05. O documento havia sido analisado e teve o respaldo da Agência Goiana de Regulação (AGR). Segundo a CMTC, o cálculo do aumento foi feito com base no preço dos custos do transporte e um dos fatores que mais pesou foi o valor do combustível.

O prefeito de Goiânia, Íris Rezende (PMDB), sugeriu arredondar o valor para R$ 4 por “praticidade” e teve aprovação da maioria dos membros. Ele defendeu ainda a criação de mais linhas na região metropolitana e disse que o aumento na passagem não é suficiente para melhorar a qualidade do transporte.

“Arredonda o valor para R$4, sejamos práticos. Não é esse reajuste que vai resolver, temos que nos debruçar diante da questão do transporte coletivo da região metropolitana de Goiânia. Queremos criar linhas de todos os bairros que passem pelo centro e voltem. Que atendam a toda a população”, afirmou.

Os dois participantes da Câmara que votaram contra o aumento foram o vereador Clécio Alves (PMDB) e o deputado estadual Marlúcio Pereira (PSB).

Improbidade administrativa

Também nesta segunda-feira (22), o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) entrou com uma ação de improbidade administrativa contra o presidente da CMTC, Fernando Meirelles. Segundo o documento, ele não exigiu das empresas cumprimento dos contratos de concessão e deixou de prestar manutenção aos pontos de ônibus.

A promotora Leila de Oliveira pontuou ainda que houve omissão por parte do presidente. Conforme a ação, Meirelles “não tem executado a organização, o planejamento e o gerenciamento do serviço de transporte público coletivo, o que reflete em desorganização do sistema e prestação de serviço inadequado pelas empresas concessionárias”.

O presidente da CMTC afirmou que ainda não foi informado da ação, mas que cobra constantemente das empresas as melhorias. Segundo ele, estão previstas ainda 11 novas linhas de ônibus para serem inauguradas até o fim do primeiro semestre deste ano.

“A CMTC está o tempo inteiro em cima das empresas para oferecer melhor qualidade para o transporte. Vamos criar 11 novas linhas para Goiânia e Aparecida de Goiânia dentro do primeiro semestre. Terão ar-condicionado e Wi-Fi nos ônibus”, disse.

Reajuste

O preço da passagem não sofria reajuste há dois anos. Em 2017, o reajuste chegou a ser discutido, mas o governo do estado decidiu arcar com 100% das gratuidades, permitindo que as empresas pudessem reajustar os salários dos servidores, mesmo com a tarifa congelada.

A última vez houve majoração da passagem foi fevereiro de 2016, quando o preço subiu de R$ 3,30 para R$ 3,70. O aumento, na época, foi de 12,1% e causou indignação nos usuários do transporte coletivo.

Passageiros reclamam que aumento de preços não é acompanhado de melhoras nos ônibus (Foto: Vanessa Martins/G1)Passageiros reclamam que aumento de preços não é acompanhado de melhoras nos ônibus (Foto: Vanessa Martins/G1)

Outras medidas

Ainda durante reunião da CDTC, Marlúcio defendeu que os pontos de ônibus sejam terceirizados para que empresas fiquem responsáveis pelas estruturas. Ainda segundo ele, seria necessária nova licitação para resolver os problemas do transporte coletivo.

“O aumento do salário mínimo da população foi de 1,81%. O que é proposto aqui é 9,6%. Meu voto é contra. Precisamos investir primeiro para cobrar da população. Vamos resolver esses problemas com uma licitação séria e transparente para empresas assumirem”, acrescentou.

A proposta de que os pontos de ônibus sejam administrados por empresas foi apoiada pelo presidente da CMTC, Fernando Meireles. “Os municípios não integravam a CMTC. Hoje atendemos 19 municípios e não ajudam em nada com estrutura”, pontuou.

O vereador Clécio Alves apresentou duas propostas no intuito de evitar o aumento das tarifas. Segundo ele, a qualidade do transporte coletivo na capital não justifica o preço, que deveria ser diminuído e não aumentado.

“O primeiro seria que os terminais hoje passassem a ser geridos pelas prefeituras da região metropolitana de acordo com suas proporcionalidades. Segunda sugestão é terceirização dos terminais. Só com isso vamos tirar essa responsabilidade desse encargo”, sugeriu.

A proposta de que os municípios da região metropolitana assumam os terminais não foi aprovado. Já a terceirização foi apoiada pelos demais membros da reunião e será feito estudo de caso da ideia.

Quem integra a CDTC?

A CDTC é composta por representantes do poder executivo e legislativo das cidades que integram a rede metropolitana de transporte e do estado, além de membro da CMTC e AGR (veja abaixo):

  • Prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha;
  • Prefeito de Goiânia, Iris Rezende;
  • Secretário de Estado de Meio Ambiente, Cidades, Infraestrutura e Assuntos Metropolitanos, Vilmar Rocha;
  • Prefeito de Senador Canedo, Divino Lemes, representante dos demais prefeitos da Região Metropolitana;
  • Deputado estadual Marlúcio Pereira, representante da Assembleia Legislativa;
  • Vereador Clécio Alves, representante da Câmara de Goiânia;
  • Presidente da Agência Goiana de Regulação, Ridoval Chiarelotto;
  • Secretário Municipal de Planejamento e Habitação, Agenor Mariano;
  • Secretário Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade de Goiânia, Fernando Santana;
  • Presidente da CMTC, Fernando Meirelles;
  • Vereador por Trindade, Agneuson Alves, representante das Câmaras Municipais da Região Metropolitana;
 Por Vanessa Martins e Sílvio Túlio, G1 GO

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