Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Gilmar Mendes sabem que livraram da cadeia um bandido de estimação irrecuperável
Seria o assassinato da ginga pelo passista com tanto jogo de cintura quanto um zagueiro do Afeganistão? Ou o chacoalhar da tornozeleira eletrônica transformada em adereço? Seria o risonho desânimo da turma que até outro dia continuava saqueando cofres públicos em todo o Brasil? Ou a presença entre os convivas de João Paulo Cunha, o ex-presidente da Câmara que virou celebridade como freguês do Mensalão?
Nenhuma das opções. Nada é mais obsceno do que a ausência no vídeo dos três ministros do Supremo Tribunal Federal que devolveram a José Dirceu o direito de ir e vir ─ e dançar quando quiser. O habeas corpus concedido pela 2ª Turma do Supremo tem as digitais de Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Se efetivamente acreditassem que agiram corretamente, eles seriam filmados confraternizando com José Dirceu.
Ficaram fora da festa e do vídeo por saberem que livraram da cadeia um bandido de estimação irrecuperável. Fizeram mais que atropelar a Justiça. Também desferiram a seis mãos uma afrontosa bofetada na cara do Brasil decente
Augusto Nunes/Veja
Henrique