Por Jeverson Missias de Oliveira *
Duas palavras que deixaram a equipe econômica do presidente Bolsonaro em polvorosa. Por conta disso ouve até a saída de 03 dos melhores auxiliares de Guedes lá no Ministério da Economia.
Todo mundo querendo passar para frente a responsabilidade pelo “estouro do teto de gastos”.
Paulo Guedes chegou a admitir que sofreu muita pressão política para que o teto fosse maior do que realmente poderia ser viabilizado. Os políticos da ala governista queriam um valor de 600 reais e a equipe econômica, no intuito de preservar a lei, mostrava que o valor não poderia ser superior a 300 reais. Bolsonaro, já em campanha a reeleição, estipulou o valor de 400 reais.
E agora José? Vai furar o teto de gastos!!!
Por menos do que isso Dilma foi sacada da presidência, por irresponsabilidade fiscal.
Só que para conhecimento de poucos, Dilma não tinha o congresso na mão.
Muito ruim a relação institucional entre o governo e os parlamentares. Até mesmo senadores e deputados do PT e partidos próximos, estavam se sentindo mal atendidos.
Gleice Hoffman e Ideli Salvati, levaram a vaca pro brejo. Eram inflexíveis demais para o gosto dos “parceiros”. E Dilma, não falava com ninguém.
Com isso a vontade de se rebelar aguçou. O legislativo sabia que com Michel Temer a coisa iria fluir melhor. Então, fora Dilma!
Bolsonaro, iniciou o seu mandato com uma postura parecida. Para honrar os votos de confiança, tentou impor as vontades da presidência e se deu mal.
Não conseguiu avançar nas prometidas reformas e não conseguiu diminuir o desemprego, dentre outras ações que o Brasil precisa.
Veio a pandemia, que o ajudou a se sujeitar à vontade dos seus ex-colegas de parlamento, participantes do seu antigo grupo político, denominado “Centrão”.
É esse povo quem manda e dá as cartas lá em Brasília.
Inventaram muitas coisas para se auto agradarem. Uma tal “Emenda de Relator”, que sempre existiu na peça orçamentária, mas foi alterada na sua essência e hoje em dia serve para atrair e manter essa turma mais próxima de Jair.
Os cargos em ministérios, que Bolsonaro pensava que iria escolher quem os ocupassem, ficaram só na sua vontade. O Centrão ocupou a maioria.
Mas, como instituir as “Emendas Parlamentares” e de quebra o Auxílio Brasil?
Não se esqueçam que o Brasil é também famoso por ser o país do jeitinho!
Uma ideia iluminada apareceu no final do túnel. Porque “não levar com a barriga” por mais uns anos o que o governo deve para muitos, que esperam a décadas para receber.
“Se estão esperando até hoje, que esperem mais um pouco”. Deve ter sido esse um dos argumentos.
Aí veio a salvação. A chamada “PEC DOS PRECATÓRIOS”.
Precatórios são dívidas da união com pessoas físicas, jurídicas, estados e municípios reconhecidas em decisões judiciais definitivas, ou seja, que não são mais passíveis de recursos e que devem ser pagas pelo governo.
Mas, e o Auxílio Brasil? Não se pode discutir a sua implantação. É uma ação necessária, embora possa ser vista como politiqueira. E é. O PT usou isso de forma maestral e ganhou 4 eleições. A prática já vem sendo observado desde os tempos de FHC, e não pode esse argumento, de forma alguma, ser usado agora para condenar a participação do governo na erradicação da fome e da miséria. Politiqueira ou não é uma necessária ação de governo.
Hoje, são milhões de brasileiros sem nenhuma perspectiva de renda fixa. Por menor que seja. E estão literalmente raspando ossos para ter direito a ingestão de proteína animal.
O que está em discussão é a inoperância do governo, em enxugar o orçamento. Renunciar a gastos desnecessários, diminuir sua participação em negócios alheios às suas atividades fim e diminuir o tamanho da máquina. E se discute tambem a fome do Congresso por recursos e cargos. Isso tem que ser minimizado.
Caso tivessem feito isso, nos dias de hoje não teriam que dar o “cano” em ninguém.
