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O BODE EXPIATÓRIO

* Por Jeverson Missias de Oliveira

 

O assunto do dia, é substituição no time do presidente Bolsonaro.

O ministro demitido, general Eduardo Pazuello, militar da ativa, general de divisão do exército brasileiro, talvez tenha escrito na sua biografia algumas anotações indesejadas.

Passou por diversos cargos na hierarquia militar e por último comandou a 12ª região militar sediada em Manaus.

Não durou muito por lá. Poucos meses depois, foi guindado ao posto de secretário executivo do ministério da saúde, na gestão de Nelson Teich. Esse cargo é o segundo na hierarquia ministerial. É menos político e mais operacional.

Comentou-se naquela ocasião, que sua escolha pelo presidente Jair Bolsonaro se deu por sua expertise em logística.

Entretanto segundo especulações na época, sua presença no ministério era a garantia do atendimento à determinações da presidência da república para a criação de protocolos com medicamentos sem comprovação de eficácia.

Diga se de passagem que os dois ministros que o antecederam – Nelson Mandeta e o próprio Teich – não coadunavam com essa ideia.

Com a saída de Teich, poucos meses depois, assumiu interinamente o comando do ministério em um momento de curva acentuada de crescimento dos casos de covid. Quando entrou no cargo, Pazuello alterou as normas de uso da cloroquina e hidroxicloroquina.

Teve uma gestão conturbada. Uma de suas ações de maior repercussão foi a de atrasar e depois suspender de vez as informações sobre o número de óbitos diários, ocasionados pela covid. Era uma retaliação sua alguns órgãos da imprensa.

Vocês se lembram que essa ação foi duramente criticada pelo conselho nacional dos secretários de saúde, motivando inclusive a criação de um consórcio de imprensa para compilação e divulgação desses dados.

Depois disso, desencadeou-se uma sucessão de tropeços, que vão de aquisição de vacinas a não previsibilidade do recrudescimento da doença.

No futebol, quando um time não consegue bons resultados, troca-se o técnico. Ele, sempre, é atribuída a  culpado pelo fracasso da equipe.

Na política, quando ações não funcionam, preserva-se o técnico e dispensa o jogador.

Pazuello, afinal, absorveu o desgaste do governo na condução das ações governamentais na área da saúde, foi dispensado, e sai como “bode expiatório”.

Bode expiatório é uma expressão usada quando alguém é acusado de um delito que não fez, ou que não foi o idealizador.

O médico cardiologista Marcelo Queiroga será o novo ministro da Saúde. Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, será o quarto titular da pasta na pandemia e assume no pior momento da crise sanitária, com recorde de mortes e do número de Estados com sistemas de saúde colapsados ou próximos ao colapso.

Aguardar para ver.

* Jeverson Missias de Oliveira é Economista, Bacharel em Direito com especialização em Ciências Políticas e Administração Pública, Radialista e Jornalista, editor deste portal.

 

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