Mãe e ex-namorada do líder de grupo suspeito de 16 mortes ajudavam a cometer os crimes em Goiás, diz polícia

Organização também é suspeita de tráfico de drogas. Chefe do esquema ordenava os crimes de dentro do presídio.

A  mãe e a ex-namorada do líder de um grupo suspeito de tráfico de drogas e de cometer 16 homicídios foram presas por ajudar a cometer os crimes na Região Metropolitana de Goiânia, segundo informou a Polícia Civil nesta sexta-feira (8). Entre as mortes está a da ex-mulher do chefe do esquema, Ronny Everthy Ferreira Borges, de 34 anos, por suspeita de traição. Os crimes eram ordenados de dentro de presídios.

“O Ronny , mesmo preso, continuava chefiando o tráfico de drogas na região oeste de Goiânia e ordenando os homicídios por meio de cartas entregues para mãe. Ela e a ex-namorada recebiam o dinheiro das “bocas defumo”, recolhidas por outro membro da organização criminosa, que foi preso, e em seguida redistribuída de acordo com as ordens dadas pelo detento”, explicou o delegado Hellyton Miranda.

Ao todo, a Operação Fim da Linha prendeu 11 pessoas na quinta-feira (8). Organizada pela Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), esta foi a última etapa da Operação Descarrilamento, que já teve outras duas fases anteriormente.

Crimes cometidos com violência

O delegado revelou que os crimes eram motivados por causa da disputa pelo tráfico de drogas na capital. Por mês, Ronny lucrava cerca de R$ 100 mil. Além disso, os assassinatos eram cometidos com violência, chegando a ser disparados até 90 tiros contra as vítimas.

“Uma das mortes que ele encomendou foi da então mulher dele, Larissa Nunes Pereira, em março deste ano. O Ronny descobriu que ela estava tendo um relacionamento com outro membro da organização e mandou matar os dois. Ela foi morta no dia 31 e o outro, três dias depois”, contou o Miranda.

A disputa pelo tráfico vitimou também pessoas inocentes. Segundo a polícia, ao saber que um homem vendia drogas a uma quadrilha rival, Ronny ordenou que ele fosse morto, no Setor Vera Cruz, em Goiânia.

Durante a perseguição ao rival foram disparados vários tiros, sendo que um deles atingiu Júlia Martins Rodrigues, de 4 anos. A menina morreu no local. O autor do disparo que atingiu a criança foi preso menos de um mês depois.

Crimes cometidos pelo grupo também mataram inocentes, como Júlia Martins Rodrigues (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Crimes cometidos pelo grupo também mataram inocentes, como Júlia Martins Rodrigues (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

G1 entrou em contato, às 8h15, com a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP) e aguarda um posicionamento sobre o fato de presos ordenarem crimes de dentro das cadeias.

Descarrilamento

A primeira fase da Operação Descarrilamento foi deflagrada no dia 5 de setembro deste ano. Na época, 14 pessoas foram presas. O grupo – seis homens e oito mulheres com idades entre 20 e 25 anos – foram detidos em Goiânia, Abadia de Goiás, Trindade e Heitoraí.

Já a segunda etapa da operação foi realizada dias depois, em 27 e 28 de setembro, prendendo oito homens suspeitos de cometer pelo menos 28 assassinatos. Na época, a polícia informou que eles agiam com grande violência contra os integrantes das quadrilhas rivais, atirando dezenas de vezes contra eles.

“No celular de um dos presos encontramos uma lista com 18 nomes para serem mortos. Acreditamos que eles sejam responsáveis por 60% dos homicídios na região este ano”, informou na época o delegado Dannilo Proto, responsável pela segunda etapa da operação.

 Por Vitor Santana, G1 GO

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