AMB afirmou que a utilização dos medicamentos hidroxicloroquina/cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina, indicado presidente Jair Bolsonaro desde o início da pandemia,  não possuem eficácia científica comprovada no tratamento ou prevenção da covid-19 (Foto: Divulgação)

Associação Médica Brasileira se manifesta contra o uso do kit covid incentivado por Jair Bolsonaro

AMB afirmou que a utilização dos medicamentos hidroxicloroquina/cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina, indicado presidente Jair Bolsonaro desde o início da pandemia,  não possuem eficácia científica comprovada no tratamento ou prevenção da covid-19

 

Entidade que reúne mais de 80 sociedades de especialidades e órgãos federados do país, conhecida como Associação Médica Brasileira (AMB), se manifestou nesta terça-feira (23) contra o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19, como hidroxicloroquina e ivermectina, no tratamento da doença causada pelo novo coronavírus. Em boletim de seu comitê de monitoramento da pandemia, a AMB afirmou que a utilização dos medicamentos hidroxicloroquina/cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina deve ser banida do combate à pandemia, destacando que esses remédios não possuem eficácia científica comprovada no tratamento ou prevenção da covid-19.

Alguns desses medicamentos, que fazem parte do que ficou conhecido como “kit covid”, têm sido indicados pelo presidente Jair Bolsonaro desde o início da pandemia, no que é chamado de tratamento precoce da doença causada pelo coronavírus.

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo nesta terça afirmou que pacientes têm ido para a fila de transplante de fígado após o uso do “kit covid”, dos quais pelo menos três morreram.

Em sua nota, a AMB alertou ainda que os pacientes com suspeita ou covid-19 confirmada não devem se automedicar, indicando que fármacos – em especial corticoides, como dexametasona e predinisona – utilizados fora do período correto podem piorar a evolução da doença. “Aos médicos, reafirmamos que o uso de corticoides e anticoagulantes devem ser reservados exclusivamente para pacientes hospitalizados e que precisem de oxigênio suplementar, não devendo ser prescritos na covid leve”, acrescentou. “Fake news desorientam pacientes”, disse a AMB.

Na semana passada, a Justiça Federal determinou que o governo federal abstenha-se de veicular peças publicitárias sobre o enfrentamento à covid que sugiram à população comportamentos que não estejam estritamente embasados em diretrizes técnicas e científicas.

Em sua nota desta terça-feira (23), a AMB ainda defendeu a vacinação em masssa com celeridade como medida ideal para controle da velocidade de propagação do vírus, e disse que o isolamento social é fundamental para conter sua disseminação, agravada pela variante inicialmente detectada em Manaus.

O Brasil passa atualmente por seu pior momento na pandemia, com marcas recordes de casos, óbitos e taxas de ocupação nos hospitais. Conforme números de terça-feira do Ministério da Saúde, o país possui mais de 12 milhões de casos confirmados de coronavírus e cerca de 298 mil mortes por covid-19.

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