Segundo a Polícia Civil, autônoma pagou R$ 5 mil a um servidor municipal para que cometesse o crime. Após o assassinato, parentes contaram que ela ainda chorou no velório do parente.
A autônoma Leiguimar Alves dos Santos, de 54 anos, foi presa na quinta-feira (11) suspeita de mandar matar o irmão, o motorista Valcione Alves Dos Santos, de 45 anos, por causa de uma disputa por herança, em Campinorte, no norte goiano. Segundo a Polícia Civil, ela pagou R$ 5 mil a um servidor do município para que cometesse o crime e ainda foi ao velório do irmão.
“Está claro nos autos que foi premeditado. Ela teve uma frieza espetacular por pagar pela morte do irmão e ainda ir ao velório, chorar”, disse o delegado responsável pelo caso, Natalício Cardoso da Silva.
O motorista foi morto por volta das 2h de 22 de dezembro de 2017, na casa em que morava. Familiares encontraram o corpo horas depois.
De acordo com a investigação, o servidor Héber da Silva Gonçalves, de 38 anos, e um comparsa, de 29, entraram no imóvel quando ele não estava e o aguardaram. Assim que o homem entrou na residência, a dupla o atingiu com golpes de uma barra de ferro.
Investigação
O delegado explicou que, no início, a polícia não tinha pistas do motivo do crime, visto que não se sabia de desafetos da vítima. “Não levaram nada, não tinha nada arrombado, não tinha câmera, não tinha testemunhas, morava sozinho, não tinha problema, aparentemente, com ninguém”, explicou.
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De acordo com Silva, eles chegaram até Gonçalves porque ele foi visto, dias antes do crime, em frente à casa da vítima. Ao ser preso, na manhã de quinta-feira, o servidor contou que, quatro meses antes, a irmã da vítima o contratou para cometer o crime.
“Ele disse que ela pagou R$ 3 mil antes do homicídio e depois, ela cobrou a execução várias vezes. Ele fez o levantamento da rotina da vítima e a executou com o comparsa. Depois, ligou para a irmã da vítima dizendo que tinha feito o serviço, e ela pagou outros R$ 2 mil pra ele”, detalhou o delegado.
Gonçalves disse aos investigadores que pagou R$ 500 ao comparsa. O homem não havia sido localizado até as 12h desta sexta-feira (12).
Arrependimento
Após o depoimento do servidor, a polícia prendeu Leiguimar, que confirmou a história de Gonçalves e disse que estava arrependida.
“Foi uma surpresa para a comunidade, para a família. Ao ser questionada por um irmão, ela disse que estava arrependida por ter feito aquilo e chorou”, contou.
A autônoma e o servidor vão responder por homicídio qualificado. Heder está preso na cadeia da cidade. Já a mulher foi levada para o presídio de Uruaçu, visto que em Campinorte não há carceragem feminina.
Por Paula Resende, G1 GO