Motorista que matou bebê e feriu outras 16 pessoas em Copacabana negou ter epilepsia ao Detran
Segundo o departamento, Antonio de Almeida Anaquim não cumpriu com a exigência de devolução da CNH
RIO — Antonio Almeida de Anaquim, de 41 anos, motorista que invadiu o calçadão de Copacabana, na noite desta quinta-feira, e matou a bebê Maria Louise de Azevedo Araújo e feriu outras 16 pessoas, negou ao Detran-RJ ter qualquer doença neurológica, incluindo epilepsia, durante o último exame de validação médica. A informação foi divulgada pelo departamento, em nota, nesta sexta-feira.
De aordo com o Detran, Antonio teve o processo de suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) aberto em maio de 2014. Ele, porém, não cumpriu a exigência de devolver o documento para realizar um curso de reciclagem. O Detran informou, ainda, que já instaurou o processo de cassação da CNH de Antonio. A nota frisa que o departamento “cumpriu com todo o trâmite do Código Brasileiro de Trânsito”. E diz, ainda, que “o Detran-RJ, assim como toda a sociedade carioca, se solidariza com as vítimas deste acidente”.
O Detran ainda se pronunciou sobre a carteira de motorista para pessoas com epilepsia: “O Detran-RJ informa que pessoas com epilepsia podem ter Carteira Nacional de Habilitação. No entanto, para ter a CNH validada os cidadãos precisam passar por uma avaliação neurológica. Quando apto para dirigir, o exame médico terá validade menor de acordo com a avaliação médica e o cidadão só poderá ter a CNH na categoria B (somente para carros)”.
Leia a íntegra da nota do Detran:
“O Detran-RJ informa que o motorista Antonio de Almeida Anaquim, responsável pelo acidente na noite dessa quinta-feira (18.01) na orla de Copacabana, teve processo de suspensão da Carteira Nacional de Habilitação aberto em maio de 2014. No entanto, o cidadão não cumpriu com a exigência de devolução da CNH para realização de curso de reciclagem. Por cometer uma infração de trânsito ao dirigir com a carteira suspensa, o Detran já instaurou o processo de cassação da CNH do cidadão, como determina a legislação federal de trânsito. Neste caso, o Detran esclarece que cumpriu com todo o trâmite do Código Brasileiro de Trânsito. O Detran-RJ, assim como toda a sociedade carioca, se solidariza com as vítimas deste acidente.
O Detran-RJ informa que pessoas com epilepsia podem ter Carteira Nacional de Habilitação. No entanto, para ter a CNH validada os cidadãos precisam passar por uma avaliação neurológica. Quando apto para dirigir, o exame médico terá validade menor de acordo com a avaliação médica e o cidadão só poderá ter a CNH na categoria B (somente para carros). No caso do acidente, o motorista Antonio de Almeida Anaquim durante seu exame de validação médica negou ter qualquer doença neurológica, inclusive epilepsia”.
EXAME DE ALCOOLEMIA DÁ NEGATIVO
O exame de alcoolemia feito em Antonio deu negativo. Segundo o laudo, ele não havia ingerido bebida alcoólica nem havia usado drogas. O exame afirma que ele estava desperto e apresentou-se calmo para o exame, fornecendo respostas com clareza de raciocínio, com pensamento bem articulado e orientação no espaço e no tempo.
De acordo com a Polícia Civil, como não houve fuga do local do atropelamento, ele responderá por homicídio culposo em liberdade. Um inquérito foi instaurado na 12ªDP (Copacabana), e a hipótese é a de que o motorista tenha sofrido um ataque epilético. A mulher que estava no carro com Antonio Anaquim disse na delegacia que ele teria sofrido um ataque epilético e desmaiado.