Cristiano Lopes Ferreira é goianiense, viveu sua infância e adolescência na periferia da cidade, na Vila Pedroso. Foi para a Europa aos 30 anos de idade, e está radicado em Barcelona há dez anos.
Membro dos corpos de segurança privada na cidade, nessa quinta-feira, dia 17, Cristiano estava de serviço nas Ramblas (Catalunha), a principal avenida turística da cidade, onde se concentra uma grande porcentagem de turistas que vêm de todas as partes do mundo.
Nessa entrevista, concedida via Facebook, ele conta como foi o mais terrível dia de sua vida. “Saí para trabalhar, esperando ter um dia normal, como sempre. As Ramblas são muito movimentadas e às vezes ocorrem pequenos incidentes, coisas sem maior importância, pequenos furtos. Mesmo sabendo que o país tem sido um dos alvos de ataques terroristas, como o de Madri, em 2004, não imaginava que isso pudesse ocorrer.”
Cristiano recorda o que já foi bastante divulgado pela imprensa nas últimas horas, no mundo inteiro: por volta de 16h30 (horário espanhol), uma furgoneta alugada por terroristas invadiu e as Ramblas, atropelando as pessoas.
“Eu, que me encontrava no local, apenas pude contemplar o massacre. E o sentimento de impotência é indescritível, ao ver crianças, mulheres, pessoas idosas ensanguentadas no chão, muitas chorando, outras sem dar sinais de vida. Gritos de dor, de desespero, tanto de vítimas quanto de parentes e amigos prestando socorro, pedindo calma” recorda o goiano.
Cristiano diz que foi tomado de um sentimento de vulnerabilidade e de impotência como nunca. “Eu espero nunca mais voltar a sentir aquilo. Não quero jamais presenciar cenas como aquelas. É muito triste ver pessoas naquela situação e não poder fazer praticamente nada”, lamenta o segurança.
O ataque, que já deixou pelo menos 13 mortos e uma centena de feridos, foi reivindicado pelo Estado Islâmico.
Por Cezar Santos/Opção