A repercussão foi imediata, recebendo adesão de várias usuárias que passaram por situação parecida.
Em entrevista à BBC, Jansma disse que foi abordada de diferentes formas pelos homens, desde assobio a pedidos por sexo. Alguns chegaram, inclusive, a segurá-la pelo braço.
“Nunca soube o que fazer se alguém me assediasse na rua”, diz.
“Se eu reagisse, a situação ficaria pior, e eu ficaria muito assustada”, acrescenta.
Mas Jansma diz que não quis ignorar o assunto porque se sentiria “mal” ao saber que os homens poderiam escapar dizendo o que quisessem sem pensar nas consequências.
Então ela começou a pedir para tirar selfies com os agressores.
Segundo Jansma, para sua surpresa, muitas deles ficaram “orgulhosos” ao ouvirem o pedido.
Ela não dizia aos agressores qual era seu propósito com as fotos, a menos que eles perguntassem.
Apenas um deles fez a pergunta e, mesmo assim, aceitou tirar a foto.
Jansma conta que seus amigos homens não tinham ideia do que ela ou suas amigas mulheres tinham que enfrentar.
“Achei tão estranho que para metade da humanidade isso é um problema diário, e a outra nem tem noção do que acontece”, diz.
“Por isso, tive essa ideia – para mostrar esse problema, na verdade”, completa.
Jansma diz que não está tentando “causar constrangimento” aos homens. Seu objetivo é “se pronunciar sobre o problema”.
“Se esses homens me pedirem para tirar a foto deles do Instagram, vou fazer isso, porque não quero arruinar a vida deles”, diz.
“É como se fosse um espelho, eles invadem a minha privacidade na rua diante de todo mundo, então eu também invado a privacidade deles”, acrescenta.
Jansma diz querer que o projeto gere maior conscientização para mulheres que têm de enfrentar o assédio como parte de seu cotidiano.
“Trata-se de um problema global. Esse é o motivo pelo qual quero dar o controle da conta do Instagram a uma outra mulher de outro país e de outra cidade para mostrar que isso acontece em todo lugar e com todo mundo”, conclui.