Dois motoristas são presos em Goiás suspeitos de desviar até 3 mil litros de combustíveis por dia
Polícia diz que eles fazem parte de grupo que, nos últimos dois meses, deu prejuízos de R$ 5 milhões a distribuidoras . Receptadores dos produtos já foram identificados.
Dois motoristas que prestam serviços para distribuidoras de combustíveis foram presos, nesta sexta-feira (8), suspeitos de desviar os produtos. Segundo a Polícia Civil, eles faziam viagens de Goiânia para Brasília e furtavam de 500 a 3 mil litros todos os dias. A dupla, de 36 e 39 anos, é investigada por fazer parte de um grupo criminoso que, nos últimos dois meses, desviou R$ 5 milhões em combustíveis.
O delegado Alexandre Bruno, responsável pela investigação, afirmou que todos fazem parte do mesmo grupo e trabalhavam para cinco empresas diferentes situadas em Senador Canedo, Aparecida de Goiânia e na capital. Os nomes das companhias não foram revelados para não atrapalhar as investigações.
“Eles [motoristas] foram presos no momento exato que faziam furto. Como volume é muito grande, conseguiam extrair de 5% a 10% da carga e na hora de pesar, quando chegavam ao consumidor, não dava tanta diferença. Normalmente motoristas andam em comboio de até cinco caminhões próximos um do outro. Paravam e extraiam de dois ou três”, explicou o delegado.
O G1 não conseguiu contato com a defesa dos suspeitos até a última atualização desta reportagem.
Ainda conforme Bruno, os motoristas usavam um aparelho chamado “chupa-cabra”, que consegue tirar o líquido sem romper o lacre dos tanques. Dessa forma, eles dificultavam a identificação do furto.
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As investigações apontaram que, depois de desviar o produto, os motoristas revendiam o litro do combustível a R$ 1, independente do tipo. A Polícia Civil já identificou os receptadores e deve pedir a prisão deles.
“Os dois motoristas confessaram fazer parte do esquema ao serem presos. Eles vão responder por furto qualificado mediante fraude, concurso de pessoa, abuso de confiança e são investigados por organização criminosa. Se condenados, podem ficar presos por até 12 anos”, disse Bruno.
Ainda segundo o delegado, duas pessoas eram responsáveis por convencer esses motoristas a praticarem os furtos. Eles, considerados os líderes da quadrilha, ainda estão sendo investigados.
Nos últimos dois meses, em operações semelhantes, o delegado diz que outros 14 motoristas já foram detidos suspeitos do mesmo crime.
Denúncia
Segundo o delegado, uma das distribuidoras lesada pelos motoristas contratou uma empresa para fazer auditoria. Durante o processo, foi constatado que havia problemas e a Polícia Civil foi acionada.
“Estando há dois meses nessa investigação. A maioria das rotas era para Brasília, mas também levavam para Cachoeira Alta, Jandaia e Indiara. Cada rota tinha um ponto onde eles paravam, extraiam o combustível e vendiam na região mesmo” completou.