O tabagismo é responsável por:
– 200 mil mortes por ano no Brasil (23 pessoas por hora);
– 25% das mortes causadas por doença coronariana;
– 45% das mortes causadas por doença coronariana na faixa abaixo dos 60 anos;
– 85% das mortes causadas por bronquite e enfisema;
– 90% dos casos de câncer no pulmão (entre os 10% restantes, 1/3 é de fumantes passivos);
– 30% das mortes decorrentes de outros tipos de câncer tabaco-relacionados (boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo do útero);
– 25% das doenças vasculares (derrame cerebral, trombose).
O tabagismo ainda pode causar:
– impotência sexual no homem;
– complicações na gravidez;
– aneurismas arteriais;
– úlcera do aparelho digestivo;
– infecções respiratórias;
As estatísticas revelam que os fumantes comparados aos não fumantes apresentam risco:
– 10 vezes maior de adoecer de câncer de pulmão
– 5 vezes maior de sofrer infarto
– 5 vezes maior de desenvolver bronquite crônica e enfisema pulmonar
– 2 vezes maior de ter derrame cerebral
A boa notícia é que ao parar de fumar, o risco de ter essas doenças vai diminuindo gradativamente e o organismo vai se restabelecendo. É normal, que, ao parar de fumar, os primeiros dias sejam os mais difíceis pela dependência que a nicotina causa por sua ação no sistema nervoso central, porém as dificuldades serão menores a cada dia.
A cessação do tabagismo resulta no restabelecimento progressivo da saúde corporal. Os efeitos imediatos do desaparecimento da nicotina no sangue são o controle da pressão arterial e dos batimentos cardíacos e a restauração do nível de oxigênio na circulação. Após 2 dias, o olfato tende a normalização, além do paciente perceber significativa melhora na respiração. Após 5 a 10 anos sem fumar, o risco de doenças cardiovasculares se igualar a de uma pessoa que nunca fumou. Assim, quanto mais cedo o indivíduo parar de fumar, menor o risco de câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias.
Com o objetivo de parar de fumar sem sofrer, basta tomar a decisão de procurar por tratamento médico adequado. O tabagismo é uma doença. Não é doença do comportamento, ou hábito de vida. É doença do cérebro, com mais de 5 circuitos cerebrais envolvidos. Mudança comportamental não pode ser o único alicerce da interrupção. Estas tentativas frustram a maioria dos fumantes, e é um fator que atrasa a interrupção precoce do tabagismo. O fumante fica com a falsa ideia de que o problema é só dele, e que ele tem que resolver sozinho.
O recomendado é que o fumante seja avaliado pelo médico e este elabore a estratégia terapêutica, que pode envolver muito mais que abordagem comportamental, que é apenas parte do tratamento. Há médicos especialistas na área além de centros de controle do tabagismo em hospitais de referência. O acompanhamento médico (4 a 5 consultas) e o uso de medicação para o tratamento do tabagismo aumentam em 3 a 5 vezes chance de parar de fumar, e reduz chance de recaída precoce e ganho de peso.
O tratamento atual do tabagismo prevê o uso da terapia escalonada que é a introdução gradual dos medicamentos, como se faz para tratar quem tem pressão alta, com a diferença que o paciente toma medicação por um período de 3 a 4 meses e depois são suspensos os remédios antitabaco. Assim como na hipertensão arterial, os pacientes são classificados com a doença em estágios como leve, moderada e grave. Na medida em que a doença é mais grave, mais medicação é necessária. Doença mais leve, às vezes, responde apenas à mudança no estilo de vida.
Não perca essa oportunidade de cuidar de sua saúde, de reduzir o risco de doenças graves – pare de fumar – ganhe vida.

Blog Letra de Médico, coordenado por Adriana Dias Lopes/Veja
Henrique