ALIMENTAÇÃOJá a Distribuidora Irmãos Avelino, com dois protestos contra o clube de cerca de R$ 9,6 mil, explicou: “A gente vende produtos alimentícios. Só não sei em que pé que está a cobrança. Vendemos alimentos para restaurantes”, informou Fernando, funcionário do local.
Essa não é a única inadimplência por serviços alimentícios entre as 89 registradas. A Três Passos Alimentos, por exemplo, confirmou calote corintiano de R$ 2,640.00, mas não deu declaração oficial.
Já a Spal, de bebidas, espera receber R$ 3,883.92, a San Pedro mais R$ 5,542.99 e a Affonso Tieri outros R$ 4,700.85 – a reportagem não conseguiu contato com nenhuma das três. A Multi Nox, por sua vez, tem registro de R$ 5,155.64, mas afirma já ter acordo com o clube para receber a quantia.
GRAMA, AREIA E VIDRO
Uma das cobranças que mais chama a atenção é de apenas R$ 350. “Entregamos gramas para eles (do Corinthians). São dois protestos”, confirmou Tarcísio, da empresa O Rei da Grama, que ainda tem mais outro débito, este de R$ 2,1 mil.
Já a LS Comércio, especialista no fornecimento de areia para construções e reformas, confirmou protesto registrado no valor de R$ 1,800.00. A Tintas MC também tem uma cobrança pelo comércio de tinta, no valor de R$ 1,879.40.
A Vidraçaria Casa Verde, que produziu os vidros dos alojamentos, academias e demais edifícios do CT Joaquim Grava, registrou dois protestos que, somados, dão aproximadamente R$ 3,5 mil cada – a firma não atendeu aos telefonemas da reportagem.
TROFÉUS E MEDALHAS
Merece destaque o protesto por falta de pagamento pela aquisição de troféus no valor de R$ 1,5 mil. O site da corporação credora mostra taças para categorias infantis do clube. “Fizemos produtos para um evento interno deles lá e ainda não recebemos”, explicou Daniel, da Troféus Olimpo, que continua à espera do pagamento.
O time alvinegro também não pagou pela aquisição de medalhas junto a uma empresa parceira, que mesmo assim confiar nos serviços do clube.
“Aconteceu (essa dívida), mas sempre resolveram (dívidas anteriores). Por isso continuamos fazendo parcerias com eles. Estamos esperando solucionar essa de agora, mas não tem nenhum estresse quanto a isso”, explicou João, da Fator Arte Artigos Promocionais, que tem um protesto no 2º Tabelião no valor de R$ 7.086,30.
SPRAY E ESPUMA DE CARNAVAL
Já a Dollar Brasil, empresa que organiza festas, tem quase R$ 9 mil distribuídos por três inadimplências contabilizadas nos tabeliães. O valor foi gasto pelo clube para a compra de produtos para alegrar festejos carnavalescos.
“Vendemos para eles mercadoria de Carnaval, no caso pó spray colorido e espuma de Carnaval. Isso foi em janeiro de 2017”, disse o departamento financeiro da Dollar Brasil.
No site oficial da empresa, os dois produtos mencionados custam R$ 5,99 cada unidade. Entre 25 e 28 de fevereiro deste ano, o clube organizou o seu tradicional baile de Carnaval no Parque São Jorge, que contou com matinês e festas.
CONSTRUÇÃO
A Embrase, que faz Segurança Patrimonial e Eletrônica, entre outras operações de segurança, é a empresa que mais cobra do Corinthians. São sete protestos registrados em dois cartórios, que variam entre R$ 6 mil e R$ 132 mil, totalizando mais de R$ 340 mil.
A ESPN entrou em contato com a empresa, que confirmou os registros e ficou de enviar um posicionamento oficial por e-mail ainda nesta quarta-feira, o que não foi feito até a publicação da reportagem.
A Concreserv, uma das maiores fornecedoras de concreto do Brasil, é mais uma com cobranças, no caso de R$ 45 mil, distribuídas em quatro protestos registrados. A Hidrotudo cobra R$ 8,5 mil, a empreiteira Visual mais R$ 60 mil, a Eco X, especialista em madeiras, mais R$ 1,1 mil, além de outras empresas do ramo de construção.
EMPRESA DE DIRETOR
A Jaça Comércio de Material de Construção possui dois protestos contra o time do Parque São Jorge.
Após consulta na Receita Federal, a reportagem constatou que a empresa é de propriedade de Jacinto Antônio Ribeiro, o Jaça, diretor adjunto da base do Corinthians.
“Isso aí foi um mal-entendido na época. Isso já está pago, mandei a carta de anuência. Mas o Corinthians pagou e não deram baixa ainda”, explicou o diretor, que também é conselheiro da agremiação alvinegra.
PLATAFORMAS E ÔNIBUS
Já a Vertical Rental, especializada em plataformas utilizadas em reformas e construções, tem no 2º Tabelião um protesto de R$ 1,8 mil. A reportagem entrou em contato com a empresa, que se explicou.
“Foi um problema quando saiu o diretor, o Edu Ferreira, pois as notas fiscais eram entregues para ele e acabaram ficando engavetadas. Foi um erro administrativo e já acertaram”, contou um representante.
Edu Ferreira, no caso, era diretor adjunto de futebol.
A Placart Impressão Digital, que produz adesivos, por sua vez, apontou estar em andamento um acordo para receber os R$ 3,2 mil de um protesto, enquanto a Guaritex Comunicação Visual, que produz as pinturas dos ônibus do clube, cobra R$ 13,7 mil, mas também disse já ter resolvido a questão.
PAINÉIS E SONS
Também existem outras empresas que falaram já ter se acertado com o clube, apesar de os protestos seguirem registrados em cartório. “A gente entrou em acordo já e estão pagando. Fornecemos painéis de eletricidade para eles. Demorou, mas pagaram a primeira parte agora e vão pagar o resto”, explicou Wagner, da VW, que tem três protestos registrados de R$ 15,6 mil cada e outro de quase R$ 4 mil.
“Já foi pago, só preciso mandar a carta de anuência. Contudo, se não tivessem pago ainda e tivesse um serviço no fim do ano com eles, eu faria novamente o evento, pois sei que uma hora sempre acabam pagando. Existem problemas financeiros no Corinthians que todos nós sabemos, mas as coisas estão indo”, disse um representante da Promosom, com um protesto ainda registrado em cartório de R$ 3,4 mil.
Ocorre que, após quitar uma dívida por protesto, a parte que havia efetuado a inadimplência deve pagar também as taxas dos cartórios para retirar os registros das certidões positivas. E, até a última terça, o Corinthians ainda possuía os 89 calotes distribuídos pelos 10 tabeliães paulistas.
LIMPEZA, COMPUTAÇÃO, TRANSPORTE, EVENTOS, REFRIGERAÇÃO, BASQUETE…
Não acabaram por aí a série de calotes corintianos registrados em cartório ao longo de 2017. Empresas de computação, eventos, transportes, sistema corporativo, manutenção, limpeza, refrigeração e até a Federação Paulista de Basquete também cobram calotes do Corinthians. “Deve ser referente às taxas”, explicou uma funcionária da FPB.
 
TELHAS E JOGADORES
Nas últimas semanas,a reportagem do ESPN.com.br tem antecipado diversas ações de calotes movidas por terceiros na Justiça contra o Corinthians no último mês.
Primeiro, foi uma cobrança de R$ 1,2 milhão do SEV Hortolândia por Petros. Depois, entre 2 e 3 de maio, foi a vez do Coritiba pedir R$ 900 mil por Kazim, da Penapolense exigir R$ 1,7 milhão por Marlone e de novo o SEV Hortolância cobrar R$ 300 mil, agora por Vilson. A Justiça deu três dias para a equipe da capital quitar os últimos três valores, cobrados em menos de 24 horas.
Por fim, a Ferronor procurou o Poder Judiciário contra a falta de pagamento no fornecimento de telhas e outros equipamentos de construção ao Parque São Jorge. Existem dois protestos registrados em nome da empresa entre os 89 de tabeliães em cartório.
Por ESPN