Charlottesville: supremacistas brancos e grupos antirracismo entram em confronto por marcha de extrema-direita
O governo da Virgínia declarou Estado de emergência para permitir a mobilização das forças de segurança.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, condenou a violência.

Em sua conta oficial no Twitter, ele afirmou: “Devemos nos manter unidos e condenar tudo o que o ódio representa. Não há lugar para esse tipo de violência nos Estados Unidos. Vamos nos unir!”
Segundo o correspondente da BBC Brasil nos Estados Unidos, Ricardo Senra, que está em Charlottesville, a cidade permanece cercada.
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Segundo Senra, pouco depois de atropelar a multidão, o carro voltou a avançar em direção aos feridos.
Mais cedo, a polícia lançou bombas de gás lacrimogênio e efetuou prisões.
Os manifestantes de extrema-direita, alguns carregando escudos e usando capacetes, convocaram a marcha para protestar contra os planos de remover a estátua do General Robert E. Lee.
O militar comandou as forças dos Estados Confederados durante a Guerra Civil Americana (também conhecida como Guerra de Secessão) entre 1861-1865.
Segundo o jornal americano New York Times, alguns deles entoaram cânticos como “Vocês não vão tomar o nosso lugar” e “Judeus não vão tomar nosso lugar”.
Organizações antirracismo como Black Lives Matter também convocaram passeatas.

Em sua conta no Twitter, o governador da Virgínia, Terry McAuliffe, pediu calma aos manifestantes: “Os atos e a retórica em #Charlottesville nas últimas 24 horas são inaceitáveis e devem parar. O direito de expressão não é o direito à violência”, postou ele.
Já o prefeito da cidade, Mike Signer, descreveu a marcha de extrema-direita como uma “passeata de ódio, fanatismo, racismo e intolerância”.
Na sexta-feira, supremacistas brancos acenderam tochas – em uma clara referência ao grupo Ku Klux Klan – e gritaram palavras de ordem como “Vidas Brancas importam” ao marchar pela Universidade da Virgínia, localizada na cidade.

Charlottesville é considerada um colégio eleitoral liberal – 86% votaram na candidata democrata Hillary Clinton nas eleições presidenciais do ano passado.
No entanto, a cidade chamou a atenção de supremacistas brancos depois de que o conselho municipal aprovou a remoção da estátua do general Lee.
Alguns analistas também disseram que a eleição de Trump deu novo gás à extrema-direita por todo os EUA.
BBC Brasil