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Beber com frequência (mas pouco) reduz risco de diabetes, indica pesquisa

Eles concluíram que beber moderadamente com essa frequência reduziu em 32% o risco de diabetes em mulheres e de 27% em homens – em comparação àqueles que consomem álcool menos de uma vez por semana.
E mostraram ainda que o risco da doença era menor quando mulheres consumiam nove drinques por semana, enquanto que para os homens, a média era de 14 por semana.
“Descobrimos que a frequência com que se bebe tem um efeito independente da quantidade de álcool consumido”, comentou a professora Janne Tolstrup, do Instituto Nacional de Saúde Pública da Universidade do Sul da Dinamarca, que conduziu a pesquisa.
“Notamos que o efeito é melhor quando se consome álcool em quatro porções do que em apenas uma”, acrescenta.
A pesquisa, publicada nesta quinta-feira no periódico Diabetologia, se baseou em dados de mais de 76 mil dinamarqueses coletados entre 2007 e 2008 pelo órgão público de saúde do país.
Os participantes foram acompanhados em média por cinco anos. Além de responder a questionários sobre estilo de vida, foram coletadas amostras de sangue e outras informações sobre suas condições de saúde.
Após os cinco anos, um total de 859 homens e 887 mulheres desenvolveram diabetes. O estudo explica que não foi possível distinguir entre o diabetes tipo 1 e o 2, mas ressalta que a maioria dos indivíduos provavelmente desenvolveu a tipo 2 – que tem estreita relação com o estilo de vida, enquanto que a tipo 1 é influenciado especialmente pela genética e diagnosticado ainda na juventude.

BebidasDireito de imagemGETTY IMAGES
Vinho tinto ajuda a controlar o açúcar do sangue

As descobertas também sugerem que nem todos os tipos de álcool têm o mesmo efeito. O vinho se mostrou especialmente benéfico, e os pesquisadores escrevem que uma explicação possível é a presença de polifenóis na bebida (especialmente no tinto), substância que reduz o açúcar do sangue, segundo estudos anteriores.
Homens que consumiam mais de sete taças de vinho por semana tinham cerca de 30% menos risco de diabetes do que aqueles que consumiam a bebida menos de uma vez por semana. Para mulheres, a média é de uma ou mais taças por semana.
No caso de cerveja, homens com consumo de um a seis unidades por semana reduziram o risco 21%. Não houve diferença, no entanto, para as mulheres.
Já o alto consumo de destilados entre mulheres parece aumentar significativamente o risco da doença – mas não há efeito no caso dos homens.
Ao contrário de outros estudos, essa pesquisa não encontrou correlação entre o consumo excessivo de álcool e diabetes.
Segundo Tolstrup, isto pode ter ocorrido pelo baixo número de participantes que relataram consumir álcool em excesso, o que foi estabelecido para o consumo de cinco ou mais copos em uma mesma ocasião.

Efeito do álcool

Mas especialistas ressaltam que isto não é uma desculpa para beber mais do que o recomendado.
Emily Burns, da organização Diabetes UK, alerta que o impacto do consumo de álcool sobre o diabetes tipo 2 varia de pessoa para pessoa.
Embora os resultados sejam interessantes, ela afirma que “não é recomendável que as pessoas enxerguem isso como um sinal verde para se beber mais do que as atuais diretrizes da NHS (o serviço de saúde público britânico)”.
A diretriz sugere que homens e mulheres não deveriam beber mais do que 14 unidades de álcool por semana, o equivalente a seis pints (medida inglesa que corresponde a 560 ml) de cerveja de moderado teor alcoólico ou a dez taças pequenas de vinho de baixo teor alcoólico. E isso espaçado por um período de três dias ou mais, com alguns dias sem o consumo de nenhuma bebida alcoólica.
“O álcool está associado a 50 diferentes condições, então não estamos dizendo ‘vá em frente e consuma álcool”, reforça Tolstrup.
A equipe dinamarquesa usou os dados para também analisar o efeito de álcool em outras enfermidades. Ela mostrou que beber moderadamente poucas vezes por semana também estava relacionado com um risco menor de problemas cardiovasculares, tais como ataque cardíaco e derrame.
Mas consumir qualquer quantidade de álcool aumentou o risco de doenças gastrointestinais, tais como doença hepática alcoólica e pancreatite.

 BBC Brasil

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